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Furdunço LGBT: Parada terá minitrio e ato ecumênico

Genilson Coutinho,
10/09/2019 | 20h09

A cantora Claudia Costa presença confirmada

A 18ª Parada LGBTI da Bahia, que este ano acontece pela primeira vez no Dique do Tororó, no dia 22 a partir das 13h de setembro (Domingo), terá um formato diferente dos anos anteriores: além do cunho político e dos protestos contra o discurso de ódio que toma conta do Brasil, a festa irá ter minitrios e pranchões, elementos presentes no Furdunço, prévia carnavalesca realizada na capital baiana.

Um ato Ecumênico está marcado para acontecer antes do desfile, mostrando que a intolerância religiosa e de gênero não tem vez na Bahia.

“A 18ª  Parada da Bahia acontece diante de um momento preocupante no Brasil, quando estamos sendo governados por um grupo político que prega o ódio e a intolerância. Então precisamos, mais do que festejar, mostrar que nosso estado e nossa população LGBT está unida para enfrentar as diversas tentativas de retrocessos impostas”, destaca o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira.

Para o coordenador do evento, Weslen Moreira, a Parada LGBTI da Bahia, a terceira maior do país, atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro, trará inovação em seu formato para se adequar ao novo espaço, que é o belo cartão postal do Dique do Tororó. “Estamos trazendo novos elementos que valorizam ainda mais a diversidade e o respeito às diferenças. Por conta das obras na Avenida Sete, mudamos o local e aproveitamos para trazer novidades, como os minitrios e os pranchões, já que o espaço não comporta trios elétricos”, explica.

O evento, que irá homenagear os 40 anos do Grupo Gay da Bahia (GGB) e os 50 anos de Stonewall, terá o apoio e a presença de entidades como do Site Dois Terços – Veiculo de noticia LGBTQ+ da Bahia ,  APLB Sindicato, Defensoria Pública do Estado da Bahia DPE-BA, UNA, Grupo Diadorim (Uneb) e Casarão da Diversidade, este último um espaço ligado a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) que acolhe o público LGBTI e promove junto ao Governo do Estado políticas públicas de inclusão da comunidade. A Associação das Paradas de Salvador, responsável pela realização de desfiles em pelo menos 30 bairros da capital, também marca presença.

“São entidades e instituições comprometidas com a manutenção da democracia e da liberdade de expressão que se unem neste cenário político complicado do nosso país para enfrentar o preconceito e o discurso de ódio”, acrescenta Moreira.

Ato Ecumênico – Um ato ecumênico também está marcado para acontecer antes do desfile, quando representantes das religiões evangélica, católica, espírita e de matriz africana, se encontrarão para passar uma mensagem contra a intolerância religiosa e contra todo tipo de preconceito. “É importante mostrar que a Bahia não dá vez para a intolerância, seja ela religiosa ou de gênero”, diz o coordenador do evento Weslen Moreira.

Atrações – Entre as atrações, estão Flor Serena, Xote de Anjo, Fred Menendes, banda Marana e a cantora Claudia Costa. O grupo Diadorim, que desenvolve projetos para a comunidade LGBTI dentro da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), também marca presença como vem ocorrendo em todos os anos.

Além dos minitrios e apresentações artísticas, a organização se preocupou em envolver diversos atores da cena LGBT da cidade. “Vamos oferecer informação e serviços para a população, será um ato conjunto com os vários órgãos da Prefeitura, que é umas das patrocinadoras do evento. É pra divertir, mobilizar e refletir” pontua Weslen.

O presidente do GGB, entidade que há 18 anos consecutivos assume o protagonismo do evento em Salvador, disse que esta Parada é diferente das anteriores pela conjuntura política e convoca todos e todas a estarem presentes.

“Não só pelo local, mas pela conjuntura política desfavorável à comunidade. Precisamos que todos convoquem suas famílias. Mais do que uma festa, estamos organizando um ato de conscientização e, principalmente, de resistência. Tivemos que somar esforço, com dificuldade de patrocínio para realizar tudo que vamos fazer”, conclui o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira.

Stonewall – A Rebelião de Stonewall foi uma série de manifestações espontâneas da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova York que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich Village, em Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos. Os protestos são considerados um dos eventos mais importantes contra o preconceito e a LGBTfobia.