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“Fui chicoteado por organizar festa gay em meu país”, diz africano que pede asilo aos EUA

Redação,
01/07/2016 | 11h07

Um jovem do Zimbábue, que aguarda na capital norte-americana, Washington, aprovação de asilo, contou  que foi chicoteado no seu pais  por ter organizado  uma festa gay.

“Quando cheguei aos Estados Unidos, era muito difícil me expressar de maneira mais livre. Era como se no meu país tivessem acionado um botão na minha cabeça e esse botão continuasse acionado mesmo depois que eu saí de lá”, desabafou  o jovem , que se manteve anônimo, à BBC Brasil.

“Se você é gay, é natural que tenha alguns comportamentos difíceis de esconder. Mas eu aprendi a reprimi-los por uma questão de sobrevivência. Não podia andar, falar ou sentar de certas maneiras para não ser reconhecido como gay.”

O jovem conta que em seu país não podia usar brincos e surpreendeu-se com os norte-americanos usando-os e vestindo terno. Ele diz que a Constituição do Zimbábue proíbe que se cometa atos homossexuais e que depois que sua mãe morreu, seus parentes, que ele achava que gostavam dele, disseram, em pleno funeral da mulher, que jamais o queriam por perto de novo.

O único ponto de apoio são outros homossexuais. Não há points gays, mas ele tentou fazer festas para homossexuais em bares e acabou preso. “Pessoas foram agredidas e assediadas por policiais. Alguns foram parar na prisão. Eu mesmo fui preso quatro ou cinco vezes.”

“Eles te levam para a delegacia e tentam procurar algo que possa te incriminar, já que não te prenderam em flagrante. Na maioria das vezes, te seguram por várias horas. Se você tenta dizer algo que não entendem, batem em você. Apanhei três vezes com chicotes. Eu me cobria com os braços para me proteger e levava chicotadas no corpo todo”, diz.