FIAC BAHIA trás 24 espetáculos de teatro e dança de sete países

Genilson Coutinho,
18/10/2011 | 09h10

Um recorte do que está sendo criado e discutido nos palcos ao redor do mundo pode ser conferido através de 24 espetáculos que refletem sobre a produção contemporânea. Esta é a proposta doFestival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC Bahia), que chega à sua quarta edição de 22 a 30 de outubro, em Salvador.

Maior festival internacional de artes cênicas no Norte e Nordeste do país, o FIAC Bahia é realizado pela Realejo Projetos Culturais e conta com o patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura (através da Lei Rouanet), Oi e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (através do Fazcultura) e CAIXA e com o apoio Oi Futuro.

Seis montagens internacionais integram o festival, com destaque para a estreia no Brasil da aclamada alemã Sasha Waltz, com Travelogue I – Twenty to Eight, primeiro espetáculo que criou para a sua companhia, em 1993, como parte de uma trilogia. Também na área de dança, o público da capital baiana poderá conferir um trabalho do renomado coreógrafo francês Jérôme Bel: a obra Cédric Andrieux.

O teatro argentino marca dupla presença com Espía a una Mujer que se Mata (uma versão do célebre Tio Vânia, de Anton Tchekhov, assinada por Daniel Veronese) e El Pasado Es un Animal Grotesco (Mariano Pensotti). A programação internacional se completa com o Dominio Público, do catalão Roger Bernart, eCoalition, uma produção conjunta das companhias belgas Tristero e Transquinquennal. Assim como o espetáculo de Sasha Waltz, as criações de Roger Bernat e Transquinquennal & Tristero chegam ao Brasil pela primeira através do FIAC Bahia.

Atrações nacionais

A mostra nacional conta com espetáculos com forte apelo de público, sucesso de crítica e destaque na mídia, como R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida, uma versão renovada do clássico Romeu e Julieta encenada só por homens e assinada por João Fonseca, e A Chegada do Lampião no Inferno, da Cia PeQuod, ambos do Rio de Janeiro. Da cena carioca, também a Cia. dos Foguetes Maravilha, com os espetáculos Ninguém Falou que Seria Fácil e Ele Precisa Começar, e o diretor Roberto Alvim, com o monólogo 45 Minutos.

A companhia brasileira de teatro, de Curitiba, volta ao FIAC Bahia com Oxigênio e o grupo gaúcho In.Co.Mo.De.Te mostraDentroFora. Já o teatro brasiliense marca presença com os grupos Udi Grudi, com Devolução Industrial, e o Circo Teatro Artetude, comO Grande Circo dos Irmãos Saúde. O Grupo Teatro Novo, do Ceará, apresenta o premiado Anônimos, com texto, direção e atuação de Sidney Malveira.

Na programação baiana, o Bando de Teatro Olodum, uma das mais importantes companhias negras do país, apresenta seu mais recente espetáculo, Bença, e o premiado diretor Fernando Guerreiro mostra Pólvora e Poesia. Também da recente safra baiana, o festival apresenta Diário do Farol, dirigido por Fernanda Paquelet a partir do texto de João Ubaldo Ribeiro, e Luz Negra, do diretor Rino Carvalho, com texto premiado do dramaturgo salvadorenho Álvaro Menen Desleal. Já o monólogo Grand Théâtre: Pão e Circo, que deu o prêmio de melhor atriz a Carolina Kharo há quatro anos, volta a cartaz pelo FIAC.

A dança contemporânea da Bahia marca presença com o grupo Dimenti, que coloca em cena cinco solos que integram seu projeto Plano Piloto, realizado pelos seus integrantes e com destaque para a colaboração e aproximação com outras linguagens artísticas. Além do Dimenti, Leo França “monta” sua dança-instalação Single.

Dentro da programação do festival acontece também a Mostra Petrobras, com grupos brasileiros que recebem patrocínio de manutenção da empresa, permitindo a pesquisa e o desenvolvimento do seu trabalho em longo prazo. A Mostra Petrobras no FIAC apresenta cinco espetáculos: da Bahia, estãoBença e Plano Piloto; do Distrito Federal, vêm os infantis A Devolução Industrial e O Grande Popular Circo dos Irmãos Saúde; e do Rio de Janeiro, A Chegada de Lampião no Inferno.

Troca de experiências

A ênfase no intercâmbio proposta pelo FIAC Bahia se prolonga também nas atividades de formação (através de oficinas comandadas por criadores nacionais e internacionais), no fortalecimento dos campos de reflexão (com colóquio, debates e bate-papos) e na criação de espaços de convivência, como as festas e o Lounge FIAC Oi Futuro, que, pelo terceiro ano, torna-se palco de encontros informais entre público e artistas e de ações de caráter artístico, formativo, crítico e midiático.

O festival vai abrigar o I Colóquio Internacional No Reino dos Festivais – Festivais, Instrumento ou Pretexto para as Políticas Culturais, realizado por três unidades da Universidade Federal da Bahia: Escola de Teatro, Faculdade de Comunicação e Instituto de Humanidades, Artes e Ciências, sob a coordenação da professora Deolinda Vilhena. Entre os palestrantes, Eliane Costa (Petrobras), Vitor Ortiz, (Ministério da Cultura) e Luciano Alabarse (Festival Porto Alegre Em Cena).

Já as oficinas se constituem como um espaço de encontro e troca de experiências entre artistas de diversos contextos culturais. Com foco específico na formação em Artes Cênicas, o FIAC aposta na iniciação e qualificação profissional daqueles que participam das artes do espetáculo. Na edição 2011, uma programação de atividades gratuitas voltadas para pessoas que estão em cena e também por trás dela: técnicas de interpretação, musicalidade, treinamento corporal, recuperação física, cenografia e teatro de animação. Serão coordenadas, apor exemplo, por artistas integrantes do prestigiado Théâtre du Soleil e dos grupos brasileiros Artetude, PeQuod, Circo Teatro Udi Grudi, além do ator Caco Ciocler.

Música diversa

A diversidade musical e o diálogo com as artes cênicas, em seu caráter performativo, acompanham a programação das festas doFIAC, que, este ano, acontecem no Museu de Arte Moderna na Bahia (MAM), espaço que tradicionalmente aglutina várias linguagens artísticas e abriga expressões da arte contemporânea em Salvador. Pop, funk, MPB, música instrumental e outros gêneros, além de uma seleção de DJs, embalam o ponto de encontro informal de artistas, profissionais das artes e público, mais um espaço – com caráter distinto – para o intercâmbio e exercício de reflexão, aliado à diversão.

Mais informações aqui