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Festa D’Ajuda pode se tornar Patrimônio Imaterial da Bahia

Genilson Coutinho,
01/06/2015 | 14h06

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A Festa D’Ajuda que acontece anualmente, em Cachoeira, no Recôncavo baiano, pode se tornar o próximo Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia. As pesquisas já foram finalizadas e um dossiê foi enviado para o Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC). A responsabilidade do trabalho é de uma equipe multidisciplinar do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), autarquia da Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA), formada por sociólogos, historiadores, fotógrafos, dentre outros profissionais.

O CEC é a mais alta instância representativa da cultura baiana, e determina através de votação se um bem cultural merece ou não ter a chancela de Patrimônio Cultural. Além do reconhecimento oficial, o registro de bem imaterial faz com que ele passe a ter prioridade nas linhas de apoio e financiamento, sejam elas municipais, estaduais ou federais.

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Segundo a tradição a festa ocorre desde início do século XIX, como uma data móvel, entre outubro e novembro. Os festejos iniciaram-se a partir da capela de mesmo nome inicialmente devotada à Nossa Senhora do Rosário e, depois, com a transferência para a atual matriz, à Nossa Senhora D’Ajuda.
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PATRIMÔNIO DO BRASIL – De acordo com o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira, a capela está no Largo da Ajuda, no cume de uma pequena colina no centro da cidade, com acesso por três ladeiras em sentidos opostos. “A capela integra o Centro Histórico da cidade e é tombada individualmente como Patrimônio do Brasil desde 1939 através do IPHAN/MinC”, explica. Ele ressalta que é uma edificação do século XVII, entre 1595 a 1606, e que sua característica mais importante é a capela-mor recoberta por cúpula.

A Festa D’Ajuda tem liturgia Católica em adoração a Nossa Senhora. As festividades têm início com o Pregão do Bando Anunciador, grupo de cavaleiros ornados que em suas montarias tocam instrumentos de sopro metálicos, clarins e cornetas, anunciando a passagem do tradicional cortejo. O pedido para se pesquisar a Festa D’Ajuda foi feito pelo Centro de Estudos Raízes do Recôncavo e pela Irmandade de Nossa Senhora D’Ajuda.

DECRETO – “Acompanhamos a manifestação e suas celebrações, realizando estudo etnográfico, de observação, coletas de imagens, depoimentos e escolha de iconografia que enriquecessem o processo para a elaboração do dossiê”, relata o gerente de Patrimônio Imaterial (Geima) do IPAC, Roberto Pellegrino. O dossiê do IPAC descreve aspectos históricos, culturais, sociais, econômicos e políticos. Após votação no Conselho o dossiê é enviado ao secretário de Cultura, que o encaminha ao Governador que o aprova ou não. Caso positivo, é publicado decreto do governador no Diário Oficial do Estado.

Através das pesquisas do IPAC outras manifestações foram aprovadas pelo CEC como Patrimônios Imateriais. Dentre os bens culturais já registrados pelo Estado, o IPAC já pesquisou a Festa de Santa Bárbara, Desfile de Afoxés, Carnaval de Maragojipe, Festa da Boa Morte, Ofício de Vaqueiros, dentre outros.

O IPAC também produziu livros sobre cada um desses bens, disponíveis para download gratuito no link http://www.ipac.ba.gov.br/publicacoes-para-download/cadernos. Saiba mais no site www.ipac.ba.gov.br, no Facebook ‘Ipacba Patrimônio’ e via o Twitter ‘@ipac_ba’.

Fotos: Genilson Coutinho