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Fernando Guerreiro e Julieta Palmeira serão coroados padrinhos da parada LGBTQ da Bahia

Genilson Coutinho,
06/07/2018 | 18h07

O Grupo Gay da Bahia (GGB) já elegeu a madrinha e o padrinho da o padrinho 17ª Parada Celebração do Orgulho LGBT da Bahia, que será realizada em 9 de Setembro em Salvador. Os organizadores mantiveram a tradição de reconhecer personalidades engajadas nos movimentos sociais e em defesa dos direitos humanos.

 Daí a escolha de duas lideranças altamente reconhecidas pela militância social: o diretor teatral Fernando Guerreiro, atual presidente da Fundação Gregório de Matos, da Prefeitura de Salvador, e Julieta Palmeira, Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres.

 “Estaremos com eles em setembro, no centro da cidade de Salvador, percorrendo o circuito democrático das marchas por liberdade, justiça e cidadania. A honraria é uma forma de agradecer os esforços realizados por essas pessoas no combate aos estigmas, preconceitos e discriminações”, esclarece Marcelo Cerqueira, presidente do GGB.

 Fernando Guerreiro é ativista das artes, do teatro, “um orgulho das artes baianas por suas produções de sucesso”, afirma Marcelo Cerqueira, segundo quem o teatrólogo sempre combateu a LGBTfobia, “à sua maneira, pelas artes”. Guerreiro deu vida “a Assis Valente, Um Musical Brasileiro”, no qual abordou a homossexualidade do sambista.

 Guerreiro revolucionou o teatro de comédia com “A Bofetada”, revelando memoráveis atores baianos, como o talentoso Ricardo Castro, assim como ele, inspirado em Molière. Ao receber o convite, o produtor manifestou sua gratidão. “Não posso negar um convite desses, porque isso é parte de uma história que me acompanha ao longo da vida”, afirmou Guerreiro.

 Para Marcelo Cerqueira, Guerreiro é sinônimo de sucesso, arte e ousadia. “Assim ele levou para os palcos as peças “Shopping and Fucking” e a mais recente “Pólvora e Poesia”, que retratou a vida de dois amantes poetas franceses, Paul Verlaine (1844-1896) e Arthur Rimbaud (1854-1891). Por isso afirmo que Fernando Guerreiro é um de nós”.

 A Madrinha da Parada LGBT, Julieta Palmeira, é uma reconhecida ativista dos direitos das mulheres, o que inclui as mulheres transexuais. Atual secretária Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta é médica geriatra e integrante do movimento feminista desde o final da década de 70, quando iniciou a participação na União Brasileira de Mulheres.

 Ao lado de lideranças femininas, participou do movimento que resultou na criação da SPM, em 2011. “Honrada pelo convite, mas isso vem por nossa luta por cidadania, respeito e liberdade”, disse Julieta Palmeira que, à frente da secretaria das Mulheres, tem desenvolvido ações de sensibilização da população e enfrentamento à violência contra as mulheres e a população LGBT sempre destacando o respeito à diversidade.

 “Ousada, ativista, por assim dizer chão de fábrica, Julieta Palmeira tem se manifestado visceralmente contra o feminicidio na Bahia, esse ódio covarde que mata mulheres. A SPM da Bahia foi a primeira no Brasil nomear Millena Passos, mulher trans, para compor o quadro de servidoras, o que foi um grande avanço na luta dessas mulheres por espaço social e de construção de política de Estado”, lembra o presidente do GGB.

 Além da celebração da madrinha e do padrinho, serão homenageadas a ministra Carmem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), por terem autorizado a mudança de nome para homens e mulheres trans e autorizado a utilização do nome social no título de eleitor.

 Constam ainda também duas universidades federais na lista de homenageados: a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal do Oeste Baiano (UFOB), instituições que criaram cotas na pós-graduação para homens ou mulheres transexuais, travestis ou transgêneros. Também recebe o prêmio o Esporte Clube Bahia que, por meio do seu presidente, Guilherme Belintanni, desenvolveu a Campanha “Não há impedimento”, em comemoração ao 17 de Maio, Dia Internacional de Combate a LGBTfobia. O clube entrou para a história por ser o primeiro a desenvolver alguma ação voltada a diversidade LGBT.