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Estudante de Salvador denuncia caso de homofobia em rede social

Genilson Coutinho,
11/06/2018 | 00h06

Atualizada em 11 de junho =as 22h

O Estudante Thiago Almeida utilizou sua rede social para denunciar um caso de homofobia sofrido por ele, na madrugada do último sábado (9), após sua saída da boate YXZ, no Rio Vermelho, praticado por um cliente da casa.

De acordo com a postagem feita no seu story do Instagram, e compartilhada por amigos e conhecidos, Thiago conta que estava na boate com um grupo de amigas e que conheceu  um rapaz que se identificou como hétero, e os dois coversaram, e que, na sua saída, encontrou com o cara e alguns conhecidos dele, Daniel Balzan, que mora em Lauro de Freitas e ofereceu carona para Thiago, que mora em Stela Mares.

“Saí com minhas amigas da universidade para a boate XYZ, foi uma noite maravilhosa que infelizmente foi destruída e desmanchada por um homofóbico. Na boate, conheci um cara, ele disse ser hetero desde o início, mas estava sempre perto de mim. Quando saímos da boate, encontrei com uns caras, um deles eu conhecia faz um tempo, o outro era o próprio cara de mais cedo”, trecho das postagens do estudante .

De acordo com Thiago, no meio da Parelela, Daniel mandou ele descer do carro e começou a agredi-lo com socos e xingamentos,  com palavras xulas como  viadinho, bixa, cuzão e outras muito comuns nos ataques  homofóbicos às  pessoas LGBT .

Socorrido por um taxista, que ofereceu carona para a vítima, o jovem mostrou ao motorista as marcas do ferimento sofrido durante o ataque.

Fizemos contato com Thiago pela sua rede social, mas até o fechamento não tivemos respostas .

 

Daniel Balzan utilizou sua rede social para pedir desculpas e contar sua versão sobre o caso.

Confira abaixo o texto divulgado por ele.

Bom, queria apenas por esse texto, demonstrar o quanto estou constrangido por tudo que fiz. Entendo toda repercussão, que é justa, tanto no movimento LGBT quanto aos outros movimentos sociais que estão em constante luta contra o preconceito. Uma agressão como a que eu pratiquei não ajuda em nada e indigna as pessoas. Concordo com todos os que demonstraram essa indignação e estou muito triste comigo mesmo. De maneira alguma sou homofóbico! Passei a noite na boate, que em sua grande maioria era de público LGBT e foi uma noite maravilhosa lá dentro. Brinquei, dancei, subi no palco, me diverti e diverti as pessoas que estavam ao meu redor. Conheci Thiago lá e ele, como todos na festa, se mostrou um cara super gente boa. Na saída da boate estava indo para casa com meu amigo e fiquei sabendo que ele morava no meu caminho para minha residência , então ofereci carona pra ele, numa boa e numa boa ele aceitou, já que tinha um conhecido em comum comigo e ficou tranquilo. Meu amigo sentou no carona e Thiago sentou no banco de trás. No caminho ele começou a me beijar no rosto e no pescoço, o que não me chateou em si, sou um cara brincalhão e não me irritaria com brincadeiras. Pedi pra ele parar pela segurança da condução, ele não parou, meu amigo pediu pra parar também, ele continuou sem parar. E aqui, pessoal, quero muito deixar bem claro que eu me revoltei com a insistência da brincadeira que nos colocaria em risco , numa atitude completamente errada e imbecil minha, parei o carro no posto, pedi para ele saisse do carro e o agredi. NADA JUSTIFICA O QUE FIZ. NADA JUSTIFICA. Foi uma atitude imperdoável, impensada, imbecil, escrota e todos os adjetivos negativos que podem ser pensados pra isso, mas no fundo do meu coração, não foi premeditado de maneira alguma. ofereci a carona a ele porque ele morava longe de lá e era caminho pra mim. Também não foi um ato de homofobia em sua essência, provavelmente eu teria agredido qualquer um que estivesse me atrapalhando de dirigir naquele momento, independente de sexualidade. E ÓBVIO, ESTOU ERRADO, ESTARIA ERRADO DE QUALQUER FORMA. Continua

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Saiba como e onde denunciar práticas homofóbicas em Salvador

1 – Junte todas as provas que tiver para facilitar a realização do Boletim de Ocorrência (B.O.);

2 – Anote o nome dos profissionais que lhe atenderam;

3 – Caso sofra algum constrangimento ou perceba descaso durante a prestação da sua queixa nas delegacias, anote o nome do delegado de plantão e do(s) membro(s) da equipe envolvidos no seu caso. Isso facilita uma denúncia no Ministério Público e nas entidades de militância.

4 – Contate um desses locais para prestar queixa:

Grupo Gay da Bahia (GGB)

Endereço: Ladeira de São Miguel, 24 – Pelourinho. Salvador, BA.

Fone (71) 33222552 – ggb@ggb.org.br  – www.grupogaydabahia.com.br

Centro de Referência LGBT de Salvador

Endereço: Avenida Oceânica, nº 3.731, Rio Vermelho. Salvador, BA.

Telefone(71) 3202-2750

Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado

Endereço: Avenida Ulisses Guimarães, n.3.386, Edifício Multcab Empresarial, 3 andar, Sussuarana. Salvador, BA.

Telefone (71) 3117-9186

Ministério Público da Bahia/ MPBA: GEDEM/LGBT

Endereço:  Rua Arquimedes Gonçalves, no. 142. Jardim Baiano. Salvador, BA.

Telefone (71) 33211949

Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social

Núcleo LGBT

3ª Avenida, Plataforma 4, nº 390, 1º andar, CAB, Salvador, BA.

(71) 3117-6597

Fórum Baiano LGBT

forumlgbtba@yahoo.com.br

A boate divulgou nota nas redes sociais :