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Estresse da quarentena pode aumentar as crises de bruxismo

Redação,
01/08/2020 | 01h08

Pessoas que sofrem com to bruxismo têm tido mais uma preocupação nesta pandemia: o aumento das crises por conta do estresse do período. O bruxismo é uma disfunção onde o indivíduo range os dentes involuntariamente ao dormir. Além disso, quem sofre com o bruxismo também sente dores de cabeça, dores nos músculos do rosto, além de apresentar dificuldades para ter uma noite de sono tranquila. Em casos mais graves, a desordem pode gerar problemas ósseos e na ATM (Articulação Temporomandibular).

Duas das principais causas do bruxismo são o estresse e a ansiedade. Quando a pessoa está muito tensa ou sobrecarregada, as crises tendem a aumentar. Já em fases mais tranquilas, o bruxismo pode até mesmo desaparecer. “Algumas medidas podem aliviar esses sintomas e, consequentemente, diminuir as crises, como a prática de exercícios físicos, meditação, pensamentos positivos, alimentação saudável e redução do consumo de bebida alcólica”, explana Dra. Amine Senhorinho, dentista,  especialista em disfunção temporomandibular e dor orofacial. A profissional ainda acrescenta que a  nicotina pode aumentar as crises, portanto é essencial evitar o uso de cigarros e evitar a ingestão de bebidas estimulantes, como energéticos e cafeína. “Recomendo também que o paciente não pense o tempo inteiro em problemas e faça pausas para a sua mente”, salienta Amine.

Embora não exista um consenso sobre o que de fato causa o bruxismo, sabemos que essa disfunção pode estar relacionada a outras questões, como os efeitos colaterais de medicamentos antidepressivos, dores de ouvido, dores de dente, apneia do sono e até mesmo o refluxo gastroesofágico. Vale informar que  pessoas com personalidade competitiva, agressiva ou hiperativa são mais suscetíveis a sofrer com essa disfunção. “Além disso, o bruxismo pode ser sintoma de outras doenças como o Mal de Parkinson e Huntington, por exemplo”, frisa Dra. Amine.

TIPOS DE BRUXISMO

Existem dois tipos de bruxismo: o bruxismo em vigília e o bruxismo do sono. A principal distinção entre os dois tipos está no fato de um se manifestar quando o paciente está acordado, enquanto o outro, durante o sono. “O bruxismo em vigília caracteriza-se principalmente pelo apertamento dentário, já o noturno pode ser tanto apertamento quanto pelo ranger dos dentes”, explana Dra. Amine.

O bruxismo em vigília tem seu melhor diagnóstico pelo relato do próprio paciente. Por isso, é fundamental o autocuidado e controle. Muitos pacientes só percebem que passam pelo problema depois que um profissional os questiona. Já no caso do bruxismo do sono, além da pessoa que sofre com o incômodo, quem também pode ajudar no diagnóstico é aquele que dorme com o paciente. Em situações mais críticas, o bruxismo demanda – além do tratamento com um dentista – o acompanhamento multidisciplinar com o apoio de psicólogos, psiquiatras e fonoaudiólogos, por exemplo.