Espetáculo “Dois de julho – A Ópera da Independência” será encenado gratuitamente no Terreiro de Jesus

Genilson Coutinho,
27/06/2013 | 17h06

Para celebrar os 190 anos da Independência da Bahia [2 de julho de 1823], Salvador ganhará um novo presente em 2013, além dos tradicionais festejos: o espetáculo “Dois de julho – A Ópera da Independência”. Com direção de Paulo Dourado e patrocínio da Bahiatursa, a peça musical será encenada gratuitamente no próprio dia 2, às 18h30, num palco montado no Terreiro de Jesus. Em seguida, haverá mais duas apresentações no fim de semana, dias 5 e 6 de julho (sexta e sábado), também às 18h30. O cantor Gerônimo assina a trilha sonora original e participa também da execução das músicas no palco, junto com sua banda e com as cantoras convidadas Lia Chaves e Morgana D’Ávila.

Para dar vida aos “sentinelas da liberdade”, como ficaram conhecidos os heróis da Independência da Bahia, foram convidados atores de prestígio no teatro baiano, como Jackson Costa [na pele do poeta Castro Alves], Andrea Elia [Maria Quitéria], Cristiane Mendonça [Joana Angélica], Dody Só, Luis Pepeu, Urias Lima, Narcival Rubens e Clara Paixão. A dramaturgia é realizada por Cleise Mendes, enquanto a coreografia fica a cargo de Jorge D’Santos. A ópera recorrerá ainda à projeção de uma cenografia virtual que terá dupla função: ilustrar os temas dramáticos e ampliar as imagens de cena, criando uma dinâmica para o público.
A missão principal do espetáculo é ajudar baianos e turistas a entenderem melhor a conjuntura de tão importante data para a história do Brasil. “Em geral, todo mundo sabe o que aconteceu, mas desconhece a razão dos fatos. Por exemplo: porque foi necessária uma outra independência na Bahia, depois da Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822? Essa é uma das questões que vamos tentar responder”, explica Paulo Dourado. A partir daí, outras questões se seguem: porque os acontecimentos baianos foram violentos e sangrentos?, as riquezas coloniais estavam na base do conflito?, o quanto pesou a questão da raça e da miscigenação?.

O roteiro da obra tem estrutura de teatro épico, alternando cenas musicais, diálogos dramáticos, narrativas e recitações. “A personagem de Jackson Costa, o poeta Castro Alves, será a narradora central do espetáculo”, adianta o diretor. Tudo claramente baseado na dramatização dos principais fatos históricos ligados ao ciclo da independência baiana, como a intervenção presidida por Madeira de Melo, os focos da resistência e a ação dos deputados baianos e dos mártires. Numa dialética entre tradição e modernidade, o espetáculo irá provocar, ainda, uma reflexão sobre a independência cultural e pessoal que cada cidadão tem que realizar cotidianamente.
“Ao formulamos o desafio da Ópera da Independência a Paulo Dourado nosso objetivo era o de ampliar o conhecimento dos baianos sobre o 2 de Julho e lançar um novo produto turístico”, salienta Domingos Leonelli, Secretário de Turismo do Estado da Bahia. E complementa: “o espetáculo ajuda a criar uma consciência nacional sobre o Brasil, cuja independência foi conquistada com guerra na Bahia, de onde os portugueses foram expulsos em 1823, quase um ano depois do grito de independência”.

Teatro Popular Contemporâneo
“Dois de Julho – A Ópera da Independência” será encenada com base em experiências anteriores bem sucedidas em teatro épico popular. Essa comunicabilidade com o grande público se dá a partir da associação entre os aspectos didáticos de episódios históricos e uma teatralidade contemporânea e envolvente. O projeto Teatro Popular Contemporâneo (Teatros do Tempo) já encenou: “A Conspiração dos Alfaiates” (1992), “Canudos” (1993), “Lídia de Oxum” (1995), “Rei Brasil” (2000), “Búzios – Conspiração dos Alfaiates” (2011) e “A Paixão de Cristo” (2011, 2012 e 2013).
Data histórica nacional
No último dia 5 de junho, a presidente Dilma Roussef sancionou a lei que inclui o 2 de julho como data histórica do calendário de efemérides nacionais. O Projeto de Lei que originou a lei número 12.819 é de autoria da deputada baiana Alice Portugal.
Homenagem
O espetáculo “Dois de Julho – A Ópera da Independência” fará uma homenagem, na figura do historiador Luis Henrique Dias Tavares, a todos os historiadores baianos que sempre contribuíram para a apuração dos fatos e para a conservação da vida da História da Bahia.
Fundação 2 de Julho
A Fundação 2 de Julho foi criada em 22 de dezembro de 1976. Entre os princípios que norteiam a sua missão estão o fortalecimento de uma sociedade democrática e a preservação e a expansão do patrimônio cultural como um bem do povo. Assim como a Fundação Gregório de Mattos, a Fundação 2 de Julho também é apoiadora do espetáculo “Dois de Julho – A Ópera da Independência”.

Serviço:
Espetáculo musical Dois de Julho – A Ópera da Independência
Data – 02, 05 e 06 de julho (terça, sexta e sábado)
Horário – 18h30
Local – Terreiro de Jesus
Duração – 1h15min
Entrada Franca