Teatro

Espetáculo A Coisa estreia na Caixa Cultural Salvador, arrebatando o público em uma aventura poética transformadora

Genilson Coutinho,
07/11/2014 | 13h11

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“A melhor COISA que assisti nos últimos tempos”, afirma o engenheiro Eduardo Santos, 44 anos, que estava entre o público que compareceu à Caixa Cultural Salvador na noite desta quarta-feira (05) para conferir a primeira apresentação do espetáculo A Coisa, que fica em cartaz até domingo (09).

Acompanhado de uma banda base formada pelos músicos Thiago Nogueira, na bateria; Tico Marcos, na guitarra; Marcelo Velanes, no baixo; Juliano Oliveira, no teclado; e Sidney Argolo, na percussão, Jackson Costa, ator baiano de multitalentos, leva a plateia a mergulhar no universo poético das palavras, através de releituras musicais de poemas de Gregório de Matos, Glauber Rocha, Drummond, entre outros poetas pensadores e filósofos, cujos versos continuam atemporais e arrebatadores. Um espetáculo genial, que mistura Castro Alves com baião, que faz a indignação de Gregório balançar numa embolada.

“Movimento que celebra a conjunção de sentido, melodia e ação enquanto valores da constelação poética”, é como define Jackson a sua criação. Ele ressalta que a montagem tem mais de dez anos de atuação, sempre passando por alterações e reformulações: “A poesia, como a música, é matéria viva”.

Além da estreia do espetáculo, a quarta-feira reservou outras surpresas: a Oficina de Criação Literária promovida pela escritora e professora de Letras da UFBA, Antônia Torreão Herrera, revelou o talento de Fernanda Brito, que aos dez anos de idade é capaz de recitar poemas, interpretando-os com uma indescritível segurança que deixou o público e o próprio Jackson com o encantamento do espanto de onde nasce a poesia, como pontuava Ferreira Gullar. Convidada para recitar no palco, a menina entoou versos de Castro Alves e Cecília Meireles. “Ela sempre gostou de ler e começou a recitar na escola”, conta Tereza, mãe de Fernanda.

Em meio à plateia da estreia, o jornalista e escritor Carlos Ribeiro, a quem Jackson dedicou a apresentação. O ator também prestou homenagem ao poeta Torquato Neto, uma das maiores referências da contracultura no Brasil que cometeu suicídio em 1972, aos 28 anos. “Torquato era uma figura impalpável, mitológica. Ele era como os seres da noite, misteriosas, que você corre atrás, ele entra num beco, você segue e entra também e quando você acha que o alcançou, ele some. Esse é o Torquato, que influenciou uma geração inteira com sua postura marginal. Uma referência muito forte na época em que comecei a fazer teatro”, pontuou Jackson.

Contrapartidas social e ambiental – O espetáculo A Coisa irá beneficiar duas associações beneficentes da cidade. Durante os dias do espetáculo haverá uma caixa de coleta para lixos eletrônicos, que serão doados à Associação Fábrica Cultural. Já a Associação Clube de Mães do Lar Pérolas de Cristo receberá todo o valor arrecadado na bilheteria. Ao comprar ingressos para A Coisa, você assiste a um espetáculo de qualidade e faz sua contribuição em prol do meio ambiente e da sociedade.

Serviço:
A Coisa – Espetáculo poético musical com o ator Jackson Costa
Quando:
Dias 05 (quarta), 06 (quinta), 07 (sexta) e 08 (sábado) de novembro, às 20h
Dia 09 (domingo), às 19h
Oficina de Criação Literária: Dia 05 de novembro, das 14h às 18h
Local: CAIXA Cultural Salvador – Rua Carlos Gomes, 57, Centro – Salvador (BA)
Entrada Gratuita
Informações: (71) 3421-4200
Classificação indicativa: livre