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Encontro de projetos apoiados pelo Fundo Positivo acontece em agosto

Genilson Coutinho,
09/08/2019 | 18h08

Entre os dias 27 e 29 de agosto, será realizado o 2º Encontro Nacional de Projetos Apoiados pelo Fundo Positivo, que visa a fortalecer a atuação de iniciativas promovidas por Organizações da Sociedade Civil (OSC) de todo o Brasil que trabalham no campo do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Os projetos convidados a participar do evento foram aprovados em editais públicos do Fundo Positivo, publicados em 2018 e 2019.

Nesta edição, o encontro busca consolidar e ampliar ações de base comunitária no campo da comunicação, para que estes projetos possam utilizar as mídias digitais e as rádios comunitárias no processo de socialização dos materiais educativos de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Serão três dias de palestras, dinâmicas, programações culturais e oficinas organizadas pela OSC Criar Brasil.

Alguns dos nomes confirmados são Alice Scartezini, gerente de responsabilidade socioambiental do Instituto Caixa Seguradora; Fabio Deboni, gerente executivo do Instituto Sabin; Marilia Casseb, diretora de advocacy da Gilead Sciences; Kleber Santos, Gerente de Relações Institucionais da MSD; Roberto Zajdenverg, Gerente de Grupo Médico da GSK Farma e Joy Wu, do Departamento de Relações Governamentais da Bayer.

Panorama do HIV/Aids 

De acordo com os dados do boletim epidemiológico  do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DCCI, “de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 40 mil novos casos de aids nos últimos cinco anos”.

No Brasil a propagação da infecção pelo HIV/Aids revela um cenário epidemiológico de múltiplas dimensões e facetas que vem sofrendo transformações epidemiológicas significativas. No panorama atual da epidemia de HIV/Aids, vivenciamos a “juvenização da epidemia”, que já acontece há dez anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2006 a 2015, a taxa de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino, com 15 a 19 anos, quase que triplicou, de 2,4 para 6,9 casos por 100 mil habitantes.

O Brasil é o país da América Latina que mais concentra casos de novas infecções por HIV: 49% das pessoas infectadas, em 2016, eram brasileiras, segundo estimativas mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). O dado mais alarmante, entretanto, é que das 4.500 novas infecções pelo vírus HIV em adultos, 35% ocorreram entre jovens 15 a 24 anos, principalmente jovens gays.

Fortalecer e ampliar as ações de prevenção junto a esse público se faz necessário e urgente. As organizações de base comunitária desempenham um papel fundamental na divulgação de informações atualizadas, desprovidas de conteúdo moral ou religioso. Por isso, a necessidade de fortalecer as atividades das OSC, especialmente em rede, para que possam defender os direitos humanos na aérea da saúde e atuar sistematicamente no controle social das políticas públicas de saúde no campo do HIV/Aids.

A história de atuação do Fundo Positivo é marcada nesses cinco anos de existência, por priorizar e direcionar suas ações para populações negligenciadas pelas políticas públicas e privadas, tanto do ponto de vista do público-alvo quanto de sua distribuição no território nacional.

Fundo Positivo

Com sede em São Paulo, o Fundo Positivo foi criado em 2014 com a missão de mobilizar recursos para financiar projetos sociais das OSCs que trabalham no campo do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Ao todo, 70 OSCs vêm sendo beneficiadas por esses editais em todas as regiões do Brasil, trabalhando informações sobre prevenção do HIV/Aids, diversidade e inclusão social, promoção da defesa dos direitos e saúde sexual e reprodutiva e redução das desigualdades em saúde.

Jovens estudantes, adolescentes autores de atos infracionais privados de liberdade, população LGBTQI+ em favelas e ruas, população carcerária e egressos do sistema prisional, jovens vivendo com HIV/Aids, mulheres vítimas de violência, população surda, idosos, população negra, profissionais do sexo, população em situação de rua e em assentamento sem moradia, usuários de drogas e imigrantes constituem, em parte, o público já apoiado pelo Fundo.

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