“É no Carnaval que os homossexuais são mais agredidos”, afirma João Jorge, presidente do Olodum

Genilson Coutinho,
16/02/2013 | 09h02

O presidente do Olodum João Jorge Rodrigues, 57, causou burburinho em sua entrevista à Folha de São Paulo ao afirmar que há um monopólio na divisão de recursos da folia baiana, que, segundo ele, seria “terra de uma artista só”, referindo-se à cantora Ivete Sangalo.
Além dessa declaração, que repercutiu em diversos veículos, o presidente foi muito pertinente em seu discurso quando questionado se o Carnaval era uma festa popular: “Nunca. Ainda não é e talvez não seja. É uma festa de multidões, mas que tem uma repressão muito grande sobre tudo. O Carnaval é extremamente limitado, onde se desfila, se bate foto, é preciso pagar taxas. E não é isso que é vendido para o mundo”.
Ainda sobre as minorias e a violência no Carnaval de Salvador, Jorge trouxe para o eixo da entrevista a violência contra a comunidade LGBT de Salvador no reinado do momo. “Um dos fenômenos mais interessantes do Carnaval é a visibilidade da homossexualidade. Mas é também no Carnaval que os homossexuais são mais agredidos. Ao mesmo tempo em que parece que a cidade fica liberal, receptiva ao outro, ela é extremamente conservadora”, disse ele.