Comportamento

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Durante protesto contra padrões de gênero, mulheres raspam a cabeça no centro de Maceió

Genilson Coutinho,
09/05/2017 | 11h05

Foto: Jonathan Lins/G1

Um grupo de estudantes do curso de teatro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se reuniu, na tarde de hoje (08), para protestar contra as regras e padrões de gênero estabelecidos pela sociedade. A fim de quebrar tais padrões, as jovens se reuniram em uma das praças mais famosas de Maceió e rasparam o cabelo durante a performance.

Ao longo da ação, mulheres com roupas pretas e carregando bonecas, panelas, maquiagem e bolsas (objetos “de mulher”) foram ao centro da praça e começaram a chamar a atenção das pessoas, que foram se acumulando para assistir.

Um outro grupo de mulheres, essas vestidas de branco e com placas onde se lia “Tira minha moldura”, se juntaram às de preto, e depois de ajoelhar, tiveram seus cabelos pouco a pouco cortados, até que ficassem carecas.

Segundo a idealizadora da ação nomeada “Sem Moldura”, Rozebel Tenório, existia um incômodo em relação aos padrões impostos às mulheres. “Tem essa história de que a mulher tem que usar rosa, salto alto”, explica.

Após rasparem a cabeça do grupo de branco, o grupo de preto virou o centro das atenções. Indo até o meio da rua, elas começaram a remover os acessórios femininos que carregavam. Ao se livrar dos objetos e dos padrões, elas se caracterizaram com funções ditas como exclusividade masculina (boxeadora, jogadora de futebol, pedreira, etc.).

Rozebel ainda afirmou que o trabalho foi totalmente documentado, e que resultará em uma exposição fotográfica, futuramente. Além disso, todo cabelo cortado ao longo da apresentação será doado para instituições.