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Duda Salabert é a primeira candidata transexual ao Senado

Genilson Coutinho,
16/08/2018 | 12h08

Foto de perfil da página do Facebook da candidata

A professora Duda Salabert, de 36 anos, será a primeira candidata transexual do Brasil, pelo PSOL mineiro. O feito, segundo ela, que foi entrevistada pelo jornal O Estado de São Paulo, é para melhorar a educação e, também, para provocar, afinal, foi convidada pelo partido também para outros cargos. “Eu aceitei pelo caráter simbólico. Senado, na sua etimologia significa ‘senhores’. Se é um espaço feito para senhores, uma mulher travesti, disputando esse espaço, é extremamente provocativo”, afirmou.

Salabert é presidente da Tranvest, uma organização não governamental sem fins lucrativos, que oferece cursos pré-vestibulares e de idiomas, gratuitamente, para travestis e transexuais. Mais de 100 pessoas são atendidas por ano. Além disso, o projeto pretende abrir cursos preparatórios para profissionais do sexo, ambulantes e camelôs do centro de Belo Horizonte.

A bandeira da educação surpreende no lugar da luta pela igualdade de gênero. “Antes de militar como mulher trans, eu milito pela educação há mais de vinte anos“, conclui Salabert. Uma das propostas é o perdão da dívida do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil).

Duda Salabert concorre ao Senado com outra mulher, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Mesmo sendo crítica ao governo da petista, ela acredita que Dilma pode trazer votos da esquerda, o que é positivo por ter duas vagas a serem escolhidas. “Ela é o principal nome ao Senado. Não só por ser uma candidatura de mulher, mas porque ela pode trazer, para o Senado, votos à esquerda. Possivelmente, duas pessoas da esquerda vão ser eleitas este ano”, termina.