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Drauzio Varella grava vídeo sobre quadro do Fantástico

Genilson Coutinho,
11/03/2020 | 10h03

No último domingo (8), o Fantástico fez referência ao quadro do dr. Drauzio Varella da semana anterior, em que ele apresentou problemas enfrentados por mulheres trans, condenadas por seus crimes, que têm de conviver com os presos do sexo masculino.

Foi um quadro que provocou muitos elogios, mas também muitas críticas por não ter revelado os crimes das entrevistadas. Em relação às críticas, o Fantástico explicou no domingo que não era esse o objetivo do quadro e o dr. Drauzio Varella divulgou uma nota, que contou com o apoio irrestrito do programa.

A nota do dr. Drauzio foi a seguinte:

“Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada, não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz”.

Nesta terça-feira (10), o dr. Drauzio Varella divulgou um vídeo sobre o assunto. Ele se desculpa com a família do menino que morreu, vítima do crime de Suzy, e que, involuntariamente, foi envolvido no quadro, e se desculpa com os espectadores que possam ter se decepcionado com ele.

Pelos mesmos motivos do dr. Drauzio Varella, também o Fantástico e a Globo pedem desculpas à família da vítima e a todos os telespectadores. A trans Suzy não foi presa por roubo nem furto. Ela cumpre pena de prisão por estupro e assassinato de um menino.

Apenas depois da exibição do quadro, o Fantástico tomou conhecimento da gravidade do crime e só nesta terça-feira a Globo se manifesta com mais clareza sobre o assunto porque respeitou protocolos de segurança, protocolos que autoridades públicas não seguiram.