Dois Terços parabeniza mulheres que lutam pela causa LGBT no Dia Internacional da Mulher
Dia 8 de março, sexta-feira, simboliza o ponto alto das celebrações em homenagem às mulheres brasileiras, que cada vez mais tem conquistado seu espaço rompendo as barreiras do preconceito no mercado de trabalho, principalmente em profissões que durante muito tempo foram território masculino.
Mesmo com todas essas conquistas e lutas, a violência e a falta de respeito continuam acontecendo no silêncio dos lares ou em ambiente impensáveis, como, por exemplo, a agressão sofrida pelo casal de namoradas, no dia 1 de março, no teatro ACBEU, por um cidadão que deveria cumprir no mínimo sua função de dar segurança a todos e todas naquele ambiente.
Para marcar esta data, a nossa homenagem vai para as lésbicas e mulheres bissexuais, que independente de sua orientação sexual fazem a diferença na luta em prol da causa LGBT dentro dos seus grupos e espaços sempre com muita disposição e paixão, como o exemplo da mineira Sandra Munôz, bissexual, de 40 anos que veio a Salvador passar férias e nunca mais voltou.
Segundo Sandra, sua luta teve início aos 15 anos após presenciar varias vezes a violência doméstica sofrida por sua mãe dentro de casa. “A partir desse momento entrei na rede de Mulheres Feministas de Saúde, a qual ainda faço parte e nunca mais parei, pois acredito que toda forma de violência contra a mulher tem que ser combatida”, disse Sandra.
Bastante atuante na militância, Sandra assume a coordenação da “Marcha das Vadias de Salvador”, além de ocupar o posto de segunda Coordenadora do Movimento de Lésbicas e Mulheres Bissexuais da Bahia e segue com planos e ações em prol da causa. Sobre as conquistas, Sandra dispara: “Tivemos muitos avanços, mas temos que avançar mais e sermos mais firmes”.
A luta da militante ganha novos rostos dentro das Universidades, nos coletivos e grupos de debates. É o caso da estudante Perlla Souza, 26 anos, bissexual, que há pouco tempo entrou na militância do movimento Feminista e do Coletivo KIU! pela Diversidade Sexual da Universidade Federal da Bahia, ao lado de Rebeca Benevides, estudante de história da UFBA, também militante do Coletivo KIU e membro do ENUDS (Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual).
Elas são jovens, porém, chegaram com todo gás e não medem esforços quando o assunto é seguir na busca dos direitos das mulheres dentro e fora do ambiente acadêmico. Onde tem luta lá estão elas com suas faixas e bandeiras, demonstrando toda disposição e coragem oxigenando o movimento. Além das ações nas ruas, as meninas também são responsáveis pela realização de debates e encontros com objetivo de romper a barreira do preconceito.
Saindo do círculo acadêmico, mas com a mesma luta, Rosi Silva, 44 anos, lésbica e casada, resolveu abrir um bar voltado para comunidade LGBT, em Periperi, conhecido pela turma gay como Caras & Bocas. É lá que Rosi se realiza e quebra a barreira do preconceito dentro da comunidade ao ter o seu estabelecimento respeitado por todos e por apresentar show de atores transformistas que levam sua arte para o subúrbio com o mesmo brilho das casas de show no centro da cidade.
Além da sua militância contra a homofobia na sua comunidade, Rosi está sempre nos eventos festivos e de luta, pois segundo ela, a luta é de todos e não basta apenas querer viver a festividade do mundo gay é preciso também lutar contra o preconceito e a violência.
Com suas historias e resistências, essas belas mulheres vão seguindo seu caminho para construção de uma sociedade mais igualitária e menos violenta. É com esse pensamento que nosso site celebra junto a elas, o dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.