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Dois Terços debate mercado de trabalho para LGBTs em escola pública

Redação,
02/06/2016 | 17h06

Foto: Genilson Coutinho

A tarde da última quarta-feira (1) foi de discussão sobre preconceitos enfrentados pelo público LGBT no mercado de trabalho. O debate, realizado para mais de 300 alunos do ensino médio do Centro Estadual de Ensino Profissionalizante, em Lauro de Feitas, marcou a estreia projeto “Dois Terços nas Escola”, mais uma iniciativa do veículo pela conscientização da sociedade e pela luta em prol das causas LGBT.

O debate reuniu Scarleth Sangalo, transformista cover da cantora Ivete Sangalo, e Genilson Coutinho, editor chefe do Dois Terços. Além do tema central, questões como cidadania, preconceitos e famílias foram pautados durante o bate papo que empolgou ou jovens. Muitos deles aproveitaram a oportunidade para tirar dúvidas sobre questões como homofobia, saúde e preconceito.

Papo reto – Sangalo contou um pouco da sua trajetória e das dificuldades para se manter no mercado, expondo lições sobre como aprendeu a lidar com o preconceito no mercado de trabalho. Questionada se já havia sofrido algum tipo de preconceito como transformista, ela contou: “Sim, infelizmente uma certa feita fui contratada para animar um casamento e ao chegar o noivo disse que não queria saber de ‘viado (sic) na sua festa’. Tomei um baque, foi uma noite terrível. No inicio fiquei triste, mas aos poucos os amigos foram acalmando ele, eu pude fazer minha animação, ganhei o cachê e fui pra casa. Saí de lá ainda triste, pois você  nunca está preparada para tanta rejeição, mas isso não apagou o meu brilho”.

Com este clima de abertura as turmas aproveitaram para tirar muitas dúvidas. Mas o trabalho para eles não terminou ali: o encontro ainda renderá uma atividade avaliativa a respeito do teor das discussões. Para Genilson Coutinho, este projeto vem agregar força às iniciativas do Dois Terços que buscam contribuir para gerar visibilidade, quebrar preconceitos e formar novos olhares sobre a população LGBT. “Para nós é fundamental promover ações como essa, pois é uma forma de chegarmos a outros públicos que não conhecem a fundo as questões inerentes à comunidade LGBT e, da mesma forma, nos ajuda a desconstruir ideias e conceitos negativos pré-estabelecidos. É nosso compromisso somar nessa luta contra os preconceitos e todas as formas de violência contra nosso público”, pontua.

Para fechar o encontro, Sangalo fez um pocket show que contou com participação do corpo de bailarinos da escola. Novas instituições já estão na pauta do projeto, que contará com profissionais de diversas áreas.

Nosso agradecimento ao professor Diego Ramon pelo convite e disponibilidade para somar conosco nesta luta.