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Documentário sobre a noite gay, São Paulo em Hi-Fi, estréia em Salvador nesta quinta-feira (4)

Genilson Coutinho,
04/08/2016 | 14h08

Documentário histórico, que resgata a era de ouro da noite gay paulistana, nos anos 1960, 70 e 80, São Paulo em Hi-Fi, entra em cartaz no Cinema do Museu, a partir desta quinta-feira (4), até o dia 10 de agosto, sempre às 19h30. O filme dirigido por Lufe Steffen traz lembranças de testemunhas do período, trazendo à tona as casas noturnas que marcaram a época, as estrelas, as transformistas, os heróis, e até os vilões: a ditadura militar e a explosão da Aids.

Em Salvador, após a exibição desta sexta-feira (5), haverá debate com a presença da diretora, do diretor teatral, Fernando Guerreiro, e da jornalista Ceci Alves

No documentário de 101 minutos, ao longo das entrevistas, diversas casas noturnas e bares são relembrados, como a boate Homo Sapiens ( a famosa “HS”, onde hoje funciona a boate gay Bailão ), a danceteria Off, o inferninho Val Improviso e os bares lésbicos Ferro’s Bar, Moustache e Feitiço’s. Além, naturalmente, da boate Nostro Mondo, inaugurada em 1971 e que durou 42 anos.

Nas gravações, registradas em junho de 2013, a equipe entrevistou cerca de vinte pessoas, que revelaram suas memórias e experiências. O escritor João Silvério Trevisan, o jornalista Celso Curi – autor da pioneira Coluna do Meio, primeira coluna gay do jornalismo brasileiro, em 1976 -, o historiador norte-americano James Green e os jornalistas Leão Lobo e Mário Mendes, entre outros, dão seus depoimentos no filme.

A empresária Elisa Mascaro é outro destaque. Ao lado do marido, Fernando Simões, ela foi proprietária de três casas noturnas que marcaram o cenário gay da cidade: o K-7, o Medieval e a Corintho. A transformista Miss Biá, que começou a carreira em 1960, a transexual Gretta Starr e a drag queen Kaká di Polly também comparecem com histórias pitorescas, emocionantes e inesquecíveis.

São Paulo em Hi-Fi foi exibido pela 1ª vez em novembro de 2013 no Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual, em São Paulo. No fim de 2014, o projeto foi premiado pelo programa “Fomento ao Cinema Paulista” do ProAC – Governo do Estado de São Paulo, e recebeu apoio da Sabesp para ser finalizado. Assim, o filme ganhou nova mixagem de cor, de som, trilha sonora original, nova direção de arte e repaginação geral. Transformou-se num novo filme, a versão definitiva da obra – e é essa versão que finalmente estreia nos cinemas, em maio de 2016, pela primeira vez em circuito.