Divulgado relação dos projetos contemplados pelo Ministério da Saúde

Genilson Coutinho,
29/07/2011 | 09h07

As ações de prevenção das DST, AIDS e hepatites virais realizadas durante as mobilizações do orgulho gay deste ano no Brasil vão contar com R$ 1,3 milhão. O recurso será repassado a 37 instituições selecionadas por meio de edital público para desenvolver atividades de promoção à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O resultado da seleção, divulgado esta semana, tem por objetivo também estimular a realização de teste e diagnóstico precoce para o HIV e hepatites virais. Cada proposta contemplada receberá até R$ 25 mil.

Das propostas aprovadas na chamada, 20 são de cidades do interior do país. As outras 17 saíram para instituições de capitais. Minas Gerais lideram o ranking dos estados com sete instituições aprovadas, seguida da Bahia, com quatro. São Paulo e Maranhão tiveram três ações selecionadas, cada.

Segundo a divisão por macrorregiões, o Nordeste está em primeiro lugar, com 15 projetos. O Sudeste está em segundo lugar, com 13 ações aprovadas. Norte, Sul e Centro-Oeste têm o mesmo quantitativo selecionado, três. Em números percentuais, as regiões Norte, Centro-Oeste e Sul detiveram, cada uma 8,11%, Sudeste (35,14%) e Nordeste (40,54%). Os projetos contemplados terão acompanhamento das Coordenações de DST, Aids e Hepatites Virais dos respectivos estados e municípios.

Na perspectiva do direito à saúde, a medida visa combater a vulnerabilidade da comunidade LGBT a essas doenças em decorrência do estigma e preconceito. “Desde o início do enfrentamento do HIV/aids, em nosso país, a carga de discriminação imposta especialmente a gays, travestis e transexuais tornou-se um grande desafio a ser superado para que medidas preventivas e de cuidados pudessem ser adotadas”, observa o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa.

Apoiar iniciativas de promoção à saúde, principalmente nesses grupos, entre os quais a epidemia ainda hoje apresenta grande concentração (de cada 100 mil pessoas, 19,4 têm aids; de cada 100 mil gays, 226,5 têm a doença) é mais um passo para o alcance dessas populações. Na política de enfrentamento das DST, aids e hepatites virais, as parcerias entre as organizações sociais e o governo são fundamentais para a ampliação do acesso e ações efetivas que gerem confiança e adesão da população às ações de prevenção, diagnóstico e tratamento desses agravos.

A garantia dos direitos humanos das pessoas vivendo com aids e dos grupos em situações mais vulneráveis ao HIV – principalmente profissionais do sexo, usuários de drogas, gays e HSH (homens que fazem sexo com homens), travestis e transexuais – sempre estiveram na pauta do governo e cada vez mais fazem parte do conjunto de ações implementados no Sistema Único de Saúde (SUS).

Veja aqui a relação de contemplado