Disco “Tropicália ou Panis et Circencis” inspira exposição à mostra em Salvador

Genilson Coutinho,
09/07/2013 | 09h07


Continua em cartaz na Caixa Cultural a exposição “Tropicália ou Panis et Circencis” até o dia 4 de agosto, com visitação aberta ao público de terça a domingo, das 9h às 18h. A exposição faz parte do projeto editorial, idealizado e organizado pela pesquisadora Ana de Oliveira, que reúne em um livro textos de pensadores e obras de 12 artistas plásticos, brasileiros e estrangeiros, inspirados no clássico álbum homônimo de 1968.

A infinidade de imagens poéticas das letras do disco Tropicália inspirou a autora a convidar designers e artistas plásticos de variadas tendências e disciplinas a desenvolverem interpretações visuais de cada faixa. Artistas como: Gringo Cardia, Lenora de Barros, André Vallias, Guto Lacaz, Ernane Cortat, Aguilar, Ailton Krenak, Rico Lins, Nelson Provazi, Leandro Feigenblatt, Adriana Ferla, o coletivo artístico internacional Assume Vivid Astro Focus e o baiano Ray Vianna, que assina a arte intitulada: “Hino do Senhor do Bonfim”.

Assim, as obras musicais foram traduzidas para linguagens próprias das artes visuais e cada canção foi contemplada com um pôster que compõe a exposição e acompanha o livro. A edição está à venda nas principais livrarias da cidade no valor médio de R$ 117,00.

SERVIÇO:

Exposição “Tropicália ou Panis et Circencis”
Local: Caixa Cultural – Rua Carlos Gomes, 57 – Centro
Período expositivo para o público: 04 de julho a 04 de agosto
Entrada Franca
Mais Informações: www.tropicalia.com.br/livro

O Livro: “Tropicália ou Panis et Circencis”

Considerado um dos mais importantes álbuns da história da música popular brasileira, o “Tropicália ou Panis et Circencis” foi um divisor de águas e configurou uma mudança significativa no comportamento das gerações que viveram aquele período marcante da história. O disco foi uma obra coletiva de grandes artistas como: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Mutantes, Tom Zé, Torquato Neto, Capinam e o maestro e arranjador Rogério Duprat.

“Tropicalismo é um assunto aceso e palpitante, e continua ocupando uma posição central nas discussões sobre a cultura brasileira. Além disso, poucos são os discos que renderiam um livro. O “Tropicália ou Panis et Circencis” é um deles”, afirma Ana de Oliveira, idealizadora do projeto.

O livro é composto por doze ensaios inéditos, de autores diferentes, que correspondem a cada uma das doze canções que compõem o LP. São textos que misturam memória, análise, encantamento, documentação, teoria, prática, filosofia, poesia, pão e circo, formando uma obra singular, dedicada especialmente ao disco. Jorge Mautner, Hermano Vianna, Viviane Mosé, Antônio Risério, Aguilar, Bené Fonteles, Bráulio Tavares, Christopher Dunn, Frederico Coelho, Manuel da Costa Pinto, Newton Cannito e Noemi Jaffe assinam os ensaios com considerações teóricas ou inflexões poético-filosóficas acerca das canções.

Na contracapa, quem dá a palavra sobre o projeto é Arnaldo Antunes. “Este livro é uma reflexão sobre o disco-manifesto Tropicália, mas também um reflexo do que ele semeou. As diferentes abordagens, estilos, pontos de vista e criações gráficas a partir de suas doze canções, ilustram, em seu mosaico diversificado, o quanto aquelas conquistas encarnaram em nossa realidade cultural o espírito de invenção, de mistura, de afirmação vital das nossas potencialidades”, escreveu o cantor e compositor.