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Dia da visibilidade lésbica chama a atenção para sexualidade e saúde integral das mulheres

Genilson Coutinho,
29/08/2016 | 09h08

O dia de hoje, 29 de agosto,  marca as celebrações do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data chama atenção para questões especificas como a violência, preconceito e respeito aos direitos sexuais e reprodutivos de mulheres lésbicas e bissexuais. Na saúde, a Política Nacional de Saúde Integral da População LGBT, instituída pelo Ministério da Saúde em 2011, tem como meta estimular e orientar as demais políticas de saúde para o respeito às especificidades e necessidades da população LGBT dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre as ações voltadas à saúde das mulheres lésbicas e bissexuais implementadas pelo Ministério da Saúde merecem destaque a realização do Seminário Nacional sobre a Atenção Integral à Saúde das Mulheres Lésbicas e Bissexuais, que recomendou aos profissionais de saúde estratégias e ações para aperfeiçoar a qualidade da atenção integral oferecida a essa população; e a campanha publicitária Cuidar Bem da Saúde de Todas. Faz Bem para as Mulheres Lésbicas e Bissexuais. Faz bem para o Brasil”.

Lançada no ano passado, a campanha buscou sensibilizar trabalhadores e profissionais de saúde para ofertar atendimento qualificado e que considere as necessidades específicas dessas mulheres, de modo que elas se sintam acolhida nos serviços de saúde.

  Uma das queixas mais recorrentes feitas por usuárias lésbicas e bissexuais nos serviços de saúde diz respeito à crença de que, por não manterem relações sexuais com homens, estas mulheres possam estar menos propensas a doenças como cânceres de mama e colo de útero, o que pode fazer com que a prevenção dessas doenças seja negligenciada. Daí a importância de promover ações em prol da promoção dos direitos, atenção e cuidado à saúde da população LGBT, a fim de evitar que o preconceito e a discriminações impliquem em comprometimento na qualidade de vida dessas pessoas.

CONQUISTAS –   Ao longo dos últimos anos, um dos avanços de maior destaque foi a inclusão dos campos nome social, orientação sexual e identidade de gênero na Ficha de Notificação de Violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o que auxilia a gestão com informações para qualificar o planejamento de ações para essa população.
Outros avanços são a inclusão do nome social no Cartão SUS, a criação de comitês técnicos consultivos de assessoramento à execução do Plano Operativo da Política Nacional de Saúde Integral LGBT e a inserção de campo para preenchimento da violência motivada por homofobia/lesbofobia/transfobia, também no SINAN.

Na área de formação, destaque para o Curso sobre a Política Nacional de Saúde Integral LGBT.  Fruto de uma parceria entre o Departamento de Apoio à Gestão Participativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (DAGEP/SGEP), a Universidade Aberta de SUS (UNA-SUS) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o curso já é um dos mais procurados entre os ofertados pelo UNASUS, com mais de 15 mil inscritos. Disponível gratuitamente em plataforma de ensino à distância, o curso é voltado para profissionais de saúde e gestores do SUS, mas também está aberto a qualquer pessoa interessada no tema. Informações e inscrições pelo site.

EVENTO  – Para marcar o Dia da Visibilidade Lésbica 2016, hoje acontece na Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB) o debate ‘Saúde das Mulheres Lésbicas’. O evento é promovido pelo Observatório Nacional de Saúde LGBT, vinculado ao Núcleo de Estudo em Saúde Pública da UnB e que conta com a parceria do Ministério da Saúde, por meio do DAGEP.  O evento é gratuito e está marcado para começar às 19 horas.