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Dia da visibilidade Lésbica: a luta continua

Genilson Coutinho,
29/08/2017 | 09h08

Foto: Genilson Coutinho

Para celebrar essa data e trazer visibilidade às lutas das lésbicas, o Dois Terços conversou com três alunas da UFBA : Giovanna Oliveira, estudante de artes cênicas da UFBA e bolsista do Gira; Nayane Cruz, estudante da UFBA e pesquisadora do Grupo Maria Quitéria; e Bárbara Alves, ativista do Coletivo Lesbibahia. pesquisadora do Gira e coordenadora do Projeto Pensamento Lésbico Contemporâneo.

 

Foto: Genilson Coutinho

Para Giovanna, a grande a barreira dentro da universidade ainda é o preconceito e uma notícia que a deixaria feliz nessa data seria a de mulheres saindo do armário.
“Tem muito preconceito, principalmente institucionalmente falando. Ainda não se entende qual a necessidade das mulheres lésbicas, não só na universidade, mas em todos os espaços. Esse comportamento é muito triste. Para mim um grande presente para o dia da visibilidade lésbica seria ver a coragem de outras mulheres se assumissem, pois quanto mais se assumem isso reverbera e conquistamos mais espaços na luta contra o preconceito. Sem dúvida isso seria um ganho muito importante para fortalecer as nossas lutas”, pontua Geovana.

 

Os anseios de Geovana refletem também o desejo de muitas lésbicas que diariamente estão no embate contra as barreias impostas para impedir o crescimento das bandeiras de luta e a garantia de direitos de saúde e educação, como conta Nayane Cruz. “Precisamos ter cada vez mais voz. Ainda somos minoria e é preciso debater todos os dias, pois a cada dia matamos um leão na luta em uma sociedade machista e tão preconceituosa conosco. Visto que sofremos todos os dias, seja com piadas, agressões verbais – como se nós não tivéssemos o direito de sermos quem desejamos ser. Estou super feliz com essa campanha, pois acredito que ela vem somar como mais um dispositivo na luta pela redução do preconceito e pelo fortalecimento das nossas lutas. E pelo fim de padrões pré-estabelecidos de certos e errados. Pra mim ainda incomoda muito a falta de políticas públicas, principalmente no quesito saúde. Sinto que já está mais do que na hora da elaboração e práticas de políticas para atender essas demanda de milhares de mulheres como eu. Precisamos de um serviço preparado para nos receber de forma plena e humanizada. Vamos lutar por essas melhorias diariamente”, sinaliza Nayane.

Campanha do Grupo de Estudos Feministas em Política e Educação (GIRA) é destaque na UFBA

As demandas dessas meninas também estão na pauta da ativistas Bárbara Alves. Ela acredita que o 29 de agosto é um marco para fortalecer as causas, mas ressalta que a luta pelos direitos tem que ser diária e não apenas uma celebração para lembrar das mulheres lesbicas uma vez por ano. “Não queremos apenas uma data, mas que todos os dias nossa sociedade nos respeite e que nossos governantes sejam capazes de entender a necessidades de políticas eficazes e realmente voltadas para nós. Não cabe mais esse olhar de faz de conta que só fortalece a nossa invisibilidade. Estou aqui nessa luta que sei que não é fácil, mas que vou seguir junto com minhas companheiras para a ocupação de nossos espaços e, o mais importante, do respeito. Viva o dia da visibilidade das lésbicas”, celebra.

 

Foto: Genilson Coutinho

Marco Histórico – O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica é comemorado no dia 29 de agosto. A data, criada no 1º Seminário Nacional de Lésbicas em 1996, no Rio de Janeiro, é um marco fundamental para o registro da luta de mulheres que têm seus direitos violados por sua orientação sexual no Brasil.