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Dezesseis anos depois, Sílvia Pfeifer fala sobre rejeição a casal de lésbicas em Torre de Babel

Genilson Coutinho,
24/10/2014 | 10h10

silvia

Sílvia Pfeifer será sempre lembrada por ter interpretar a lésbica Leila, que precisou morrer ao lado da namorada Rafaela (Christiane Torloni) após rejeição do público na novela Torre de Babel, veiculada pela TV Globo em 1998. Dezesseis anos depois, a atriz afirmou em entrevista ao jornal Agora que não sabe de onde surgiu a ordem para essa censura histórica da teledramaturgia brasileira.

“Não entendo até hoje de onde veio a censura. No estúdio, já eram cortadas várias cenas e falas. A história foi se esvaziando”, afirma ela, cuja personagem acabou morrendo durante a icônica explosão do shopping. Para Sílvia, o autor Silvio de Abreu soube sair da saia-justa, mantendo-a na trama, apesar do marco negativo para a comunidade LGBT.

“Ele soube lidar muito bem com tudo. No final, foi um presente ele ter me matado na trama. A personagem de Christiane já morreria. A minha, Leila, viveria outro ‘affair’. Como houve aversão à ideia, Leila ficaria perdida. Aí voltei como a sua irmã gêmea”.

Antes de morrer, porém, as personagens tiveram uma fala marcante: “É tudo culpa desse maldito preconceito”. Vale lembrar que em novembro Silvia e Christiane voltam a contracenar na novela Alto Astral, em que formarão um triângulo amoroso com Edson Celulari.