Deputado Professor Israel Batista se assume gay

De família evangélica, o deputado federal do PV-DF, Israel Batista, declarou publicamente pela primeira vez que é gay. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal Correio Braziliense. “Há um momento político no Brasil em que a neutralidade pode parecer conivência. Esse é um momento de combate. Esse é um momento de ser combativo, de dizer que nós não aceitamos que este país seja dominado pela barbárie”, disse o deputado.

Para ele, esse é o momento para que as pessoas, “cada um de seu jeito, se posicione com muita firmeza a favor dos direitos”. Questionado se achava que seria criticado como foi o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ao assumir ser gay, mas sem ter a causa como principal bandeira, Batista afirmou que o “gesto” do tucano foi importante.

Para o deputado, a atitude de políticos como ele e o governador de se assumirem publicamente devem ser consideradas como um “alerta”.

Essa não deveria ser, necessariamente, uma questão. A gente não deveria ter que falar sobre isso, mas viver isso. É no momento em que vocês me encontram no jantar, vocês me encontram com meu namorado. É isso que deveria acontecer. Mas esse momento exige fala, posicionamento, postura. […] Se dependesse da vontade daqueles que hoje nos governam, pessoas pretas, mulheres, gays teriam menos direitos do que antes. É por isso que é um alerta.” Israel Batista, deputado federal O deputado contou que entendeu sua orientação sexual quando ainda estava casado com sua ex-esposa. Eles estavam juntos desde os 18 anos e a partir dos 24 anos passou a entender mais. Por ter crescido no meio evangélico, a culpa e a “noção de pecado” marcaram os primeiros sentimentos. “Meu pai, minha mãe, meus irmãos vivenciaram esse processo foi muito importante para mim também. Esse acolhimento da minha mãe, com essa tese “Como Jesus faria?”, foi essencial. E, finalmente, minha relação com Deus. Tenho um diálogo constante com Deus, uma fé inabalável”, relembra. Hoje, com 39 anos, o deputado afirmou durante a entrevista que o processo só se tornou “mais fácil” a partir dos 30.