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Delta, Bain e FT retiram patrocínio de evento de homenagem a Bolsonaro

Genilson Coutinho,
02/05/2019 | 18h05

Jair-Bolsonaro—EUA (Erin Scott/Reuters)

Exame

A companhia aérea Delta Airlines, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times cancelaram o patrocínio do evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que homenageará o presidente Jair Bolsonarocomo a “personalidade do ano”.

A cerimônia, marcada para acontecer em 14 de maio no Hotel Marriott Marquis, em Nova York, tem sido alvo de protestos por ativistas de direitos humanos.

 Eles questionam as declarações homofóbicas de Bolsonaro ao longo de sua carreira, assim como suas posições em relação às comunidades indígena e negra e as medidas na área do meio ambiente propostas por seu governo.

Além de Bolsonaro, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, também receberá a honraria. Desde 1969, a Câmara de Comércio premia uma personalidade brasileira e outra americana em seu jantar para mais de mil convidados, com entradas ao preço individual de 30.000 dólares, que estão esgotadas.

 A Delta não quis comentar os motivos da sua decisão. Já a Bain & Company disse que não toma posições políticas e que a decisão não foi desta natureza, mas destacou seu compromisso com a diversidade e com a comunidade LGBT.Dentre as empresas que ainda mantêm o apoio ao evento, segundo a CNBC, estão os bancos HSBC, Citigroup, JP Morgan, UBS, BNP Paribas e Bank of New York Mellon, além da revista Forbes Brasil e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

EXAME entrou em contato com todas as empresas mencionadas. O JP Morgan, o BNP Paribas e a Febraban confirmam que mantém seus patrocínios e a matéria será atualizada assim que novos posicionamentos forem recebidos.

O UBS afirma, por meio de sua assessoria, que participa do jantar há 12 anos com o objetivo de promover o comércio entre os dois países e que nunca teve qualquer envolvimento com a seleção dos homenageados.

Na tarde da última  terça-feira, a hashtag #CancelBolsonaro ficou em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter, onde são destacados os temas com maior repercussão.

O senador democrata Brad Hoylan, que é homossexual, pediu ontem que o Marriott também cancele o evento: