Delta, Bain e FT retiram patrocínio de evento de homenagem a Bolsonaro
Exame
A companhia aérea Delta Airlines, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times cancelaram o patrocínio do evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que homenageará o presidente Jair Bolsonarocomo a “personalidade do ano”.
A cerimônia, marcada para acontecer em 14 de maio no Hotel Marriott Marquis, em Nova York, tem sido alvo de protestos por ativistas de direitos humanos.
Além de Bolsonaro, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, também receberá a honraria. Desde 1969, a Câmara de Comércio premia uma personalidade brasileira e outra americana em seu jantar para mais de mil convidados, com entradas ao preço individual de 30.000 dólares, que estão esgotadas.
A Delta não quis comentar os motivos da sua decisão. Já a Bain & Company disse que não toma posições políticas e que a decisão não foi desta natureza, mas destacou seu compromisso com a diversidade e com a comunidade LGBT.Dentre as empresas que ainda mantêm o apoio ao evento, segundo a CNBC, estão os bancos HSBC, Citigroup, JP Morgan, UBS, BNP Paribas e Bank of New York Mellon, além da revista Forbes Brasil e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
EXAME entrou em contato com todas as empresas mencionadas. O JP Morgan, o BNP Paribas e a Febraban confirmam que mantém seus patrocínios e a matéria será atualizada assim que novos posicionamentos forem recebidos.
O UBS afirma, por meio de sua assessoria, que participa do jantar há 12 anos com o objetivo de promover o comércio entre os dois países e que nunca teve qualquer envolvimento com a seleção dos homenageados.
Na tarde da última terça-feira, a hashtag #CancelBolsonaro ficou em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter, onde são destacados os temas com maior repercussão.
O senador democrata Brad Hoylan, que é homossexual, pediu ontem que o Marriott também cancele o evento:
Jair Bolsonaro is a notorious homophobe who once said he’d rather his son die than be a gay man.@Marriott wants to host an event honoring him as Man of the Year.
That’s unacceptable. Sign on and join me in telling Marriott to #CancelBolsonaro: https://t.co/I3bI3IgAIh
— Senator Brad Hoylman (@bradhoylman) 1 de maio de 2019