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Daniel Radcliffe responde a comentários de J. K. Rowling: ‘Mulheres trans são mulheres’

Genilson Coutinho,
11/06/2020 | 12h06

O ator Daniel Radcliffe publicou um texto nesta segunda-feira (8) de resposta a comentários feitos pela escritora J. K. Rowling em relação a mulheres transgênero.

“Mulheres trans são mulheres”, escreveu o intérprete de Harry Potter nas adaptações dos livros da autora.

“Qualquer declaração ao contrário apaga a identidade e a dignidade de pessoas transgênero e vai contra todos os conselhos dados por associações profissionais de saúde que têm muito mais experiência no assunto que Jo ou eu.”

O texto foi publicado no site do Trevor Project, uma organização sem fins lucrativos dedicada à intervenção de crise e à prevenção de suicídios para pessoas da comunidade LGBT+.

No domingo (7), a autora da série de livros “Harry Potter”, motivou a raiva de fãs e membros da comunidade após uma série de tuítes que acusados de transfóbicos.

“Sei que alguns veículos de imprensa vão provavelmente retratar isso como uma briga entre J. K. Rowling e eu, mas não é isso”, afirmou o ator no texto “Daniel Radcliffe responde aos tuítes de J. K. Rowling sobre identidade de gênero”.

“Enquanto Jo é inquestionavelmente responsável pelo curso que minha vida tomou, como alguém que foi honrado em trabalhar com e continua a contribuir com o Trevor Project pela última década, e até como ser humano, me sinto compelido a dizer algo neste momento.”

No texto, ele afirma que “78% dos jovens transgênero e não-binários relatam que foram alvo de discriminação por causa de sua identidade de gênero. Está claro que precisamos fazer mais para apoiar as pessoas transgênero e não-binárias, não invalidar suas identidades, e não causar maior dano.”

Ele também aproveitou para pedir desculpas aos fãs dos livros. “A todos aqueles que agora sentem que sua experiência com os livros foi manchada ou diminuída, sinto profundamente pela dor que esses comentários causaram”, disse.

“Espero de verdade que vocês não percam totalmente o que foi valioso nessas histórias para vocês. Se esses livros ensinaram que amor é a maior força do universo, capaz de superar qualquer coisa; se eles ensinaram que a força é encontrada na diversidade, e que ideias dogmáticas de pureza levam a opressão de grupos vulneráveis; se vocês acreditam que um personagem em particular é trans, não-binário, ou tem gênero fluido, ou é gay ou bissexual; se você encontrou qualquer coisa nessas histórias que ressoou em você e ajudou em qualquer momento de sua vida — então isso é entre você e o livro que você leu, e isso é sagrado.”