CUT é primeira central a avançar nas discussões LGBT

Genilson Coutinho,
15/06/2012 | 11h06

A temática LGBT é nova na CUT e alguns ainda dirigentes têm dificuldade de compreender a questão, mas a Central é a primeira a avançar neste debate, avalia Marcos Freire, coordenador do coletivo LGBT da CUT/SP.

“Já é um hábito em sindicatos grandes discutir a discriminação e a desigualdade, e colocam na mesa a questão de gênero, raça e orientação sexual. Vários sindicatos também já incluem estas propostas nos seminários, nos coletivos e isso é bom porque informa e traz o debate para a base das categorias”, ressalta o dirigente.

No estande da 12ª Feira Cultural LGBT no Vale do Anhangabaú, a CUT/SP distribuiu materiais informativos e a “Cartilha LGBT – Conhecer, entender e respeitar, sim…discriminar, não”. E no domingo (10), a Central participa da 16ª. Parada do Orgulho LGBT, no trio elétrico a partir das 12h, na Av. Paulista (confira aqui outras informações).

A Central está presente ao evento desde 2003 e, além da cartilha, dá orientações para os casos de dicriminiação no mercado de trabalho. “Ainda existem dificuldades de acesso ao emprego. Hoje em dia o preconceito é menor para gays e lésbicas, mas para travestis e transsexuais o acesso é praticamente zero, é nenhum. As pessoas não aceitam a expressão da orientação sexual através da identidade visual”, relata o dirigente. Em contrapartida, ele afirma que têm crescido os avanços nos acordos coletivos e dissídios porque as empresas começam a reconhecer os direitos LGBTs.

A mudança de realidade, segundo Freire, “tem a ver com os próprios sindicatos que começam a tomar essa bandeira na esteira do que já foi a luta pela igualdade das mulheres no mercado de trabalho e da questão racial”. Ele destaca a recente criação dos coletivos LGBTs nas subsedes da CUT/SP do ABC, de Bauru e Presidente Prudente, e afirma que outros sindicatos devem se unir nesta luta com a realização do III Encontro Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras LGBT da CUT/SP, previsto para o próximo mês.

“O importante é que o tema está colocado na sociedade, não só na questão do mercado de trabalho, mas no acesso à educação, à própria aceitação na família. Há toda uma cadeia na discriminação da orientação sexual e identidade de gênero que acaba se refletindo no mercado de trabalho”, disse Freire.