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Coordenação LGBTQIA+ repudia violência homofóbica contra jovem em Salvador

Genilson Coutinho,
23/10/2020 | 23h10
(Foto: Arquivo pessoal)

A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) repudia a agressão brutal sofrida pelo cabelereiro Rauan Pereira dos Santos, de 29 anos. As autoridades policiais estão investigando o caso, mas a família acredita que o crime seja de homofobia.

Rauan foi esfaqueado e apedrejado dentro do próprio apartamento na última terça-feira (21). O jovem está internado em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE).

A Coordenação LGBT da Superintendência de Direitos Humanos da SJDHDS tomou conhecimento do caso na quinta-feira (22), estabelecendo contato com a família por meia da irmã da vítima. A secretaria está acompanhando a família e colocou a equipe à disposição para dar auxílio neste momento. A SJDHDS também está em contato com a Superintendência de Prevenção à Violência da SSP-BA e com o gabinete do Delegado Geral para acompanhar o caso, além de ter mantido contato com a 3ª Delegacia do Bonfim, onde o caso é investigado.

A SJDHDS reafirma o compromisso do Governo do Estado com uma Bahia livre de preconceitos e violência de gênero ou orientação sexual. Em pleno século XXI, alguns indivíduos ainda buscam orientar suas ações com atitudes atrasadas e movidas à violência.

É importante ressaltar que desde junho de 2019, por decisão do Supremo Tribunal Federal, homofobia e transfobia são considerados crimes. Os ministros do Supremo determinaram que a conduta passe a ser punida pela Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito.

Gabriel Texeira, Coordenador do Núcleo LGBTQ da Secretaria de Direitos Humanos do Estado, tem acompanhado e amparado de perto as famílias e vítimas da LGBTQfobia em Salvador e no interior. Sempre atento nas redes sociais, visitando delegacias e hospitais, prestando assistência. Essa tem sido a rotina do Coordenador. Em conversa com o Dois Terços, Gabriel conta que mesmo com as limitações no período de pandemia, o trabalho segue dobrado e com novas demandas. “Infelizmente, a violência já era crescente em Salvador e no interior, mas neste período da pandemia, os números aumentaram assustadoramente,mas não podemos parar. Além das denúncias que recebemos no Núcleo, as redes sociais tem sido fortes aliadas nesta denúncias que chegam até nós, e a partir delas é que vamos aos hospitais e delegacias, para dar o suporte às vítimas e famílias”, conta Gabriel.

A SJDHDS manifesta à família o desejo para que o jovem se recupere e possa voltar ao convívio familiar o quanto antes.