Social

Contardo Calligaris encerra temporada 2015 do Fronteiras Braskem do Pensamento

Genilson Coutinho,
30/09/2015 | 16h09

(Foto: Luiz Evangelista/ Divulgação)

Juntos seria sempre melhor? Esse questionamento é proposto pelo psicanalista e cronista italiano Contardo Calligaris, como tema de sua conferência que encerra a temporada 2015 do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador. O assunto é uma provocação ao tema central do projeto deste ano, que é Como Viver Juntos. “O que lhe faz pensar que viver juntos seria bom? O que lhe faz pensar que quanto mais juntos e não estou falando do ponto de vista numérico claro, porque vamos ser cada vez mais numerosos. Mas, nós temos uma ideia quase que preconceituosa de que o fato de convivermos, estarmos juntos fisicamente ou não, seja bom. Eu não sei se é”, questiona-se Calligaris.

O evento, que tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, e Secretarias de Cultura e da Fazenda, com realização da Telos Cultural e Caderno 2 Produções, será realizado nesta quinta-feira, dia 1º de outubro, às 20h30, no palco principal do Teatro Castro Alves, no Campo Grande. Os ingressos já estão esgotados. A conferência será apresentada pelo jornalista Fernando Sodake e terá como debatedor, o psicanalista Marcelo Veras, diretor da Escola Brasileira de Psicanálise e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Durante a conferência, Contardo Calligaris falará um pouco sobre seu trabalho, que conduz as pessoas à reflexão sobre a existência humana, contribuindo para amenizar as angústias provocadas pelos desafios contemporâneos e pelo confronto com o outro, que pode limitar os prazeres e contradizer as certezas e seguranças.

TRAJETÓRIA
Radicado no Brasil, Contardo Calligaris é doutor em psicologia clínica, pela Universidade de Provence, e iniciou seus estudos nas áreas das letras e da filosofia. Em 1975 foi aceito como membro da Escola Freudiana de Paris, onde morou até 1989. Lecionou na Universidade Paris 8 e teve aulas com os filósofos franceses Roland Barthes e Michel Foucault, além de acompanhar os seminários ministrados pelo psicanalista francês Jacques Lacan, uma grande influência em sua formação.

Em 1985, veio ao Brasil para o lançamento de seu primeiro livro de psicanálise, Hipótese sobre o fantasma. Posteriormente, acabou fixando residência no País, onde reside até hoje. Suas reflexões se concentram na condição humana da sociedade marcada pela obrigatoriedade da felicidade, do gozo, da beleza e dos excessos. Estudioso das questões da adolescência, considera esta a etapa da vida que possui uma intensa carga cultural e que se caracteriza como uma das mais potentes fontes de energia da atualidade. A adolescência é um dos seus livros mais lidos e estudados.

Além de atender nos seus consultórios em São Paulo e Nova York, é colunista do caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, no qual escreve sobre psicanálise e cultura. Publicou mais de dez livros, incluindo dois romances e uma peça teatral. Criou a série de televisão intitulada Psi, exibida no canal a cabo HBO. Foi professor de estudos culturais na New School de Nova York e professor convidado de antropologia médica na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Também faz parte do corpo docente do Institute for the Study of Violence, em Boston.

Serviço:
FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO SALVADOR 2015
CONFERÊNCIA: Contardo Calligaris, 01/10 (vagas esgotadas).
LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.
INFORMAÇÕES: 4020.2050 e salvador@fronteiras.com