Comportamento

Social

Como as organizações podem transformar políticas de igualdade de gênero em mudanças efetivas

Genilson Coutinho,
23/09/2019 | 16h09

Atualmente, as mulheres representam 40% dos trabalhadores globais. Mas muito ainda precisa ser feito para que todas elas exerçam seu trabalho em pé de igualdade com os homens. De acordo com relatório do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 79ª posição no ranking mundial de desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Neste ritmo, as brasileiras levarão 95 anos para atingir a igualdade. Para que esse cenário mude, a PwC listou cinco pontos que devem ser desenvolvidos de forma a garantir que as políticas de igualdade de gênero sejam revertidas em mudanças efetivas nas empresas.

 O primeiro ponto diz respeito a alinhar as iniciativas de diversidade e inclusão com a estratégia de negócio. O segundo ponto é garantir que as políticas de diversidade e inclusão sejam reconhecidas como uma prioridade desde os níveis de liderança. Na PwC, por exemplo, pratica-se a licença maternidade de 180 dias (seis meses) e a política de acompanhante em viagens, o que permite às mães de bebês até um ano levarem um acompanhante em viagens a trabalho.

 A gerente sênior da PwC, Patrícia Seoane, é uma das colaboradoras beneficiadas com as políticas. Ela trabalha na PwC há quase dez anos e voltou recentemente da licença-maternidade do seu segundo filho, Alexandre, que nasceu em janeiro desse ano. “Foi graças a benefícios como esses que consegui conciliar minha carreira de mãe e auditora, chegando ao cargo de gerente sênior. Na PwC, sinto que o fato de ser mãe e mulher não impacta em nada a minha carreira, pois várias ferramentas são proporcionadas para que ela não seja afetada”, opina.

 Colocando em prática

O terceiro ponto listado pela PwC diz respeito a definir objetivos realistas e um plano para alcançá-los. Se o objetivo é melhorar a experiência das mulheres ou aumentar a representação delas em cargos superiores e técnicos, o plano de ação para impulsionar essa iniciativa se concentraria em ações como orientação e promoção de modelos.

 Um dos principais desafios para as mulheres no ambiente de trabalho é justamente a falta de modelos. O Instituto de Estatística da UNESCO informou recentemente que as mulheres representam menos de 30% dos pesquisadores do mundo. Nesse processo, o uso de dados é essencial, e nisso chega-se ao quarto tópico prioritário. Os dados podem ser usados para diagnosticar possíveis áreas de foco, definir metas e medir o progresso, além de mensurar o retorno sobre o investimento das ações de diversidade e inclusão e identificar áreas para melhoria adicional.

Por fim, o último e quinto ponto é a honestidade. Uma comunicação clara e honesta sobre o progresso e planos para alavancar as políticas de diversidade e inclusão podem ajudar a demonstrar para a equipe o comprometimento da empresa. Além de causar uma impressão pública positiva, mostra aos funcionários o quanto a organização está engajada em superar os desafios, o que é tão importante quanto gerenciar a imagem externa.