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Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ denuncia homofobia de torcida do Flamengo

Genilson Coutinho,
30/09/2021 | 23h09
Foto: Reprodução

O Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ enviou à procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro e Ministério Público Federal, uma denúncia contra cânticos homofóbicos proferido pela torcida do Flamengo. Tal fato não constou em súmula da partida, do arbitro Rodolpho Toski Marques (FIFA/PR).
O cântico homofóbico contrasta com a orientação emitida pelo STJD na recomendação 01/2019, publicada em 01 de agosto de 2019, que determina que árbitros, auxiliares e delegados da partida constatem em súmula e/ou documentos oficiais a ocorrência de manifestações de cunho preconceituosos e de injuria em decorrência de opção (termo erroneamente usado) sexual.
Diante disso, a Canarinhos LGBTQ+ solicita que medidas cabíveis sejam tomadas conforme prevê a legislação nacional e desportiva, a fim de identificar e punis os responsáveis pelos cânticos. Assim como a averiguação da conduta omissa dos clubes e equipe de arbitragem presente na partida.
Episódios como esse é repentino no futebol desde muitos anos, e não podem mais passar ilesos. A certeza da impunidade é o maior estímulo a condutas de ódio e preconceito, seja ele qual for, que são expressas dessa e de outras formas mais violentas.
A Canarinhos LGBTQ+ segue combatendo a LGBTFobia no futebol brasileiro, estreitando diálogo entre instituições, órgãos, clubes, torcedores e imprensa, disseminando educação entre todes, e democratizando a nossa presença no futebol.

“Esperamos que medidas concretas sejam adotadas para coibir mais esse ato de LGBTfobia durante um jogo. Casos como esse são recorrentes e se repetem em vários lugares pelo Brasil. Reforçamos a necessidade de trabalhos concretos de diálogo, educação e conscientização com as torcidas, funcionários, elenco, conselheiros, diretores e todas as pessoas que fazem parte dos clubes e demais instituições. Sinalizamos ainda pra necessidade de formação e capacitação dos árbitros quanto a importância de não deixarem de registrar em súmula.
O processo de combate a LGBTfobia em qualquer ambiente da sociedade precisa partir sobretudo de um lugar que gere empatia e entendimento sobre os impactos que expressões como essa tem no dia a dia de uma sociedade que já exerce ódio social contra essa comunidade. Por isso falamos bastante em qualificação e de um processo de educação.
Nos próximos dias divulgaremos o primeiro anuário do Observatório da LGBTfobia no Futebol, um documento que trará um extrato bem elaborado da questão LGBTQIA+ e o futebol no Brasil, desde os casos envolvendo preconceito, julgamentos nas justiças desportivas, decisões e o que foi feito até aqui pelos clubes e demais instituições. Ações afirmativas, debates e posicionamentos em datas especiais.
Esperamos contribuir com dados, informações, boas práticas e propostas para o efetivo combate a LGBTfobia no futebol.” Onã Rudá