Coletiva da I semana da Diversidade e XI Parada Gay foi marcada pela ausência da militância

Genilson Coutinho,
16/08/2012 | 13h08


Na manhã desta quinta-feira (16), o Grupo Gay da Bahia e a Secretaria de Turismo do Estado divulgaram oficialmente a programação a 1ª Semana da Diversidade que passa a fazer parte da Parada Gay de Salvador. O evento contou com a presença de Marcelo Cerqueira, presidente do GGB, Pedro Costa, presidente da Convention Bureaa , Carlos Cases, presidente da Abrajet, Weslin Moura, diretor da Bahiatursa e o secretário de Turismo, Domingos Leonelli, além de empresário do seguimento do turismo interessados no Pink Monkey.
Para o secretário, a importância da Semana da Diversidade e as ações que irão acontecer na semana da parada tem como objetivo transformar a parada gay em um grande produto turístico, que irá atrair cada vez mais o público LGBT para nossa cidade. “Dentro do nosso projeto teremos um pacote de passagens e hospedagem com valores menores e um roteiro todo pensado na comunidade gay, visando incentivar cada vez mais a vinda da comunidade gay para nosso estado”, ressaltou Domingos, que ainda sinalizou da criação do selo gay friendle que será outro atrativo. Segundo o secretário, já está sendo feito contatos com bares, restaurantes e hotéis para iniciar a distribuição do selo nestes estabelecimentos. Outro ponto abordado por Leonelli foi a pesquisa que ocorrerá durante a semana e no dia da parada gay para levantar dados mais exatos com o intuito de melhorar os planejamentos futuros.

O presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, abriu sua fala dizendo que em 2012, tudo será diferente, pois já faz um tempo que a parada deveria ser vista como um grande produto do turismo para Salvador, principalmente com a inclusão da Semana da Diversidade, que será o grande diferencial na cidade, durante o período de 1 a 9 de setembro.

Dentre as novidades deste ano, ele destacou os show da cantora Juliana Ribeiro e Jota Velloso, na Praça do Campo Grande, no dia 09 de setembro, além dessas atrações teremos o After Party nos largos do Pelourinho que esse ano entra no circuito das festas da parada com shows de Raid das Moças, Bailinho de Quinta, Marcio Mello, Rebeca da Mata, Edson Gomes e o som da banda Nathutis fechando a programação do Pelourinho .

Mesmo com todo esforço do Governo do Estado e da produtora contratada para organizar a 11ª Gay de Salvador foi notável a ausência da militância LGBT baiana na coletiva, talvez por eles não terem sido convidados para o planejamento visto que o GGB esse ano contratou uma produtora para cuidar de todo planejamento e execução.Era perceptível que todas as ações foram pautas no desejo do governo e do grupo gay da Bahia em transformar a Parada num mega evento como acontece na capital paulista. Sem falarmos no filão de agentes de turismo presentes no evento, pensando apenas nos lucros que poderão obter com a parada.

O lançamento parecia mais um encontro de empresário abertos para conhecer a nova galinha dos ovos de ouro. Inclusive, dados foram erroneamente ditos por um membro da mesa que afirmou que Salvador era a primeira cidade do Brasil a realizar uma semana da diversidade dentro da parada gay, imaginemos que ele nem tinha ouvido a fala do presidente do GGB que citou a Feira da Parada Gay de São Paulo que acontece no viaduto do Chá, seria no mínimo de bom tom em um evento como esse os representante deixassem a teoria do achismo e fosse fazer um estudo prévio do assunto.

Dentro da desorganização da coletiva, a falta de um roteiro prévio e coeso do GGB e o silêncio dos interessados em fazer perguntas aos membros da mesa restou apenas um muito obrigado do secretário que saiu corrido para outra reunião e todos saíram de lá sem saber o montante da verba destinada para realização da Parada Gay de Salvador.

No que se refere ao caso Cláudia Leitte e todo desconforto com a militância por ter convidado a cantora, pouco foi dito, mas é fato que todos estavam carecas de saber que ela não iria em função do seu estado, pós-parto, mas como o GGB não poderia deixar passar a oportunidade de ter tanta mídia espontânea com a participação da Negra Loura como madrinha da 11ª Parada deste ano. Sobre o assunto Marcelo quase no final lembrou de abordar o motivo da saída da cantora e a vinda da senadora Marta Suplicy como a nova Madrinha da Parada meio que desconsertado diante da situação, pois muitos presentes na coletiva nem sabiam que o segundo filho da cantora havia nascido na última quarta-feira (15). Surpreendido o próprio Marcelo, que nem sabia do nascimento do filho da ex- madrinha da parada causando risos no auditório.

Diante de todos os contratempos, a iniciativa do GGB é louvável principalmente com o apoio do governo que depois de quase 10 anos de existência da parada resolveu entrar no negócio, mesmo que de olho na fatia do bolo para alavancar o turismo em Salvador que tem caído nos últimos anos. Vamos torcer que após a parada e com os dados da pesquisa que deverá mostrar o verdadeiro raio X dos visitantes da festa, o governo continue dando apoio a causa .