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Circo Voador sedia ‘Rio sem preconceito’, festa carioca contra a homofobia

Genilson Coutinho,
01/07/2015 | 12h07
Simone Mazzer é outra das atrações - Divulgação Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/circo-voador-sedia-rio-sem-preconceito-festa-carioca-contra-homofobia-16614544#ixzz3ekT9VJ1V  © 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Simone Mazzer é uma das atrações  (Foto: Divulgação)

Com ingressos gratuitos esgotados em 24 horas, o Circo Voador se prepara para sediar nesta quarta-feira (1º) , a partir das 21h, o lançamento da campanha de 2015 do programa “Rio sem preconceito”, que vem a ser o principal evento da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual da prefeitura do Rio de Janeiro. No show “Unindo vozes contra a homofobia”, apresentações de Mart’nália, Roberta Sá, Teresa Cristina, Toni Garrido, Emanuelle Araujo, Preta Gil, Simone Mazzer e Zélia Duncan (com uma banda comandada por Pretinho da Serrinha) criam o clima de festa para que a chamada à consciência da população seja feita da forma mais carioca possível.

— Todos os envolvidos chegaram ao projeto de forma voluntária, eles estão lá como cidadãos — garante Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual, com mais de 20 anos de dedicação à causa, quatro deles à frente da coordenadoria. — Estamos chamando a população do Rio de Janeiro para unir vozes em prol do combate à homofobia.

CAMPANHA LANÇADA EM 2013

Depois de uma primeira (e bem-sucedida) festa de lançamento de campanha, em 2013, também no Circo (com Zélia, Preta, Caetano Veloso, Ney Matogrosso e outras estrelas), Tufvesson diz ter visto “o reconhecimento de um trabalho sério e suprapartidário, apoiado pela prefeitura do Rio”. Hoje, junto com as apresentações, será exibido pela primeira vez o vídeo gravado em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho Gay (28 de junho, aniversário do levante de Stonewall, de 1969, quando homossexuais se rebelaram contra os desmandos da polícia de Nova York), com um grupo de artistas voluntários (Paolla Oliveira, Betty Lago, Mateus Solano, Thiago Martins, Bruno Gagliasso, Glória Pires, Alexandre Borges, entre outros). É o primeiro passo de uma grande campanha contra a homofobia, que será posteriormente veiculada nas TVs, rádios, cinemas, ônibus, metrô, trens e unidades de saúde.

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— Hoje, lidamos com um discurso que é montado de forma a parecer que a luta pelos homossexuais é uma luta por direitos especiais. Mas a homofobia é um problema de todos. Ela anda tão banalizada, que até os heterossexuais estão sofrendo os seus efeitos. A homofobia pode atingir quem vista uma camiseta justa, tenha tatuagem ou cabelo reco — alerta Tufvesson, que aponta para um crescimento alarmante, nos últimos oito anos, no país, dos crimes de ódio contra a população homossexual. — A cada 23 horas, um cidadão LGBT é assassinado no Brasil. Existe um ovo da serpente sendo chocado. Com a nossa campanha, queremos mostrar ao cidadão o quanto ele é responsável pela mudança na mentalidade do país.

NOVA LEI APROVADA

E o momento para o lançamento da campanha “Unindo vozes contra a homofobia”, segundo Tufvesson, não poderia ser mais propício. Primeiro, com a aprovação, na última quinta-feira, na Assembleia Legislativa do Rio, de uma lei de combate à discriminação de gênero e homofobia. E depois, na sexta, com a decisão da Suprema Corte dos EUA de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas ainda há muita luta pela frente.

— Esse tipo de preconceito raivoso e odioso não combina com o Rio de Janeiro, temos que lembrar que somos uma cidade que acolhe — observa.