Cinema

No Circuito

Cineasta baiano é indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020

Genilson Coutinho,
30/03/2020 | 16h03

O documentário “As Cores da Serpente”, gravado em Angola e lançado no circuito comercial de cinema no Brasil no ano passado, foi selecionado para concorrer ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020, que será realizado, este ano, na cidade de São Paulo. Dirigido pelo jornalista e cineasta baiano Juca Badaró, o filme narra a trajetória de um grupo de artistas angolanos que realizaram a maior intervenção de grafite a céu aberto do continente africano.

“As Cores da Serpente”, que contou com edital de distribuição da Agência Nacional de Cinema (ANCINE), tornou-se o primeiro documentário realizado na África a entrar no circuito comercial de cinema do Brasil. O desafiador processo artístico de jovens grafiteiros de Angola de pintar os muros da Serra da Leba, uma estrada histórica com cerca de 20 quilômetros, é a essência do documentário. A pintura dos 6 mil metros quadrados de paredões foi realizada entre agosto e novembro de 2015 pelo Coletivo Murais da Leba, coordenado pelo jornalista angolano Vladimir Prata e formado por pelo menos 25 artistas das províncias de Luanda, Namibe e Huíla.

 “Trabalhei na área de comunicação em Angola, e quando conheci o projeto resolvi registrar porque percebi que o que movia estes jovens artistas angolanos era algo muito maior do que simplesmente fazer um grafite, havia ali uma busca da própria identidade, de suas próprias tradições”, afirma o diretor Juca Badaró, que já realizou trabalhos em TV e filmes de ficção no Brasil e no exterior. A brasileira Renata Matos, com larga experiência em filmes de ficção e documentários, é quem assina a produção da obra cinematográfica. Os dois realizadores viveram cerca de dois anos em Luanda, capital angolana, onde trabalharam em diversos projetos ligados ao audiovisual.

Em 2019, o documentário passou pelos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador e Cachoeira, no interior da Bahia. O filme, realizado pelas produtoras Domínio Público e Cinepoètyka Filmes, foi produzido com recursos próprios e sem apoios financeiros. A distribuição, por meio do edital Prodecine 03, foi feita pela Salvador Filmes. O diretor Juca Badaró ainda foi indicado na categoria para diretores estreantes de longa-metragem do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020.