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Casal gay é espancado por cinco homens em Florianópolis, depois sofrem represália da polícia

Genilson Coutinho,
23/11/2017 | 23h11

A Capa

Cansados da rotina árdua da semana, um casal gay residente de Florianópolis, Santa Catarina, foram dar um passeio pela Lagoa da Conceição, um dos pontos turísticos da cidade. No local, os dois aproveitaram o momento de descanso e descontração, além da paisagem deslumbrante, para trocar carícias. Eles não contavam, entretanto, com o preconceito e a intolerância de cinco homens que estavam nas proximidades.

O casal conta que foram covardemente agredidos pelo grupo de homofóbicos. Um deles, um jovem de 21 anos, que não teve a identidade revelada, teve escoriações pelo corpo e afirma ter ouvido dos agressores que “vai virar regra atacar viado”.

“Nós tivemos uma semana cheia e decidimos descansar no domingo. Escolhemos a Lagoa da Conceição pelo visual, a energia. É muito triste pensar que viramos estatística”, desabafou a vítima que preferiu não mostrar o rosto, nem revelar a identidade.

Em seu depoimento, o jovem conta que ele e o parceiro estavam em frente a um supermercado, próximo à ponte que leva até a Avenida das Rendeiras, quando começaram a falar com um grupo de pessoas. “Foi um papo bala. Mas mal começamos a conversar com eles e já começamos a levar socos. Quando eu vi, meu namorado já estava no chão, desmaiado”.

Para ele, se trata, claramente, de um caso de homofobia. O jovem diz ser afeminado o que, segundo conta, teria desagradado seus agressores. “Eu sou considerado afeminado. Tenho trejeitos afeminados. Não gostaram que estivéssemos namorando. Quando nós acusamos eles de homofobia, já agredidos, eles saíram correndo”, disse.

O crime aconteceu no último dia 12. Por causa dos ferimentos, o outro rapaz, de 27 anos, ficou internado por um dia no Hospital Celso Ramos.
Depois da agressão, outro constrangimento. Ao prestar boletim de ocorrência, o casal conta que sofreu represália dos policiais que mostraram relutância em abrir B.O e acusaram-nos de “vitimismo”.

“Primeiro não queriam nos atender. Depois, o policial nos chamou para prestar depoimento e começou a aumentar o tom. Ele ainda disse para que a gente parasse de se vitimizar”, disse o jovem que foi acompanhado com amigos até a 5º Delegacia de Polícia da capital.