Candidata a deputada estadual, Fabíola Mansur apresenta suas propostas para a comunidade LGBT

Na semana que antecede as eleições de 2014, no próximo domingo (05), o site Dois Terços vai receber na Sala Vip alguns candidatos que responderam tardiamente a solicitação de entrevista para exposição das suas propostas de trabalho e planos para comunidade LGBT e as bandeiras levantadas por eles. Abrindo a série, a médica oftalmologista Fabíola Mansur, eleita pelo Partido Social Brasileiro (PSB) para o primeiro mandato na Câmara Municipal de Salvador (2013-2016).  A candidata é uma das defensoras dos direitos da comunidade LGBT e neste ano aprovou a criação do primeiro Centro de Referência LGBT de Salvador. Fabíola conta ao site Dois Terços sobre seus projetos caso seja eleita, e fala a sua opinião sobre as eleições para governador e presidente.

Dois Terços – A senhora aprovou na Câmara Municipal, o projeto para criar o primeiro Centro de Referencia LGBT e o prefeito ACM Neto já autorizou em regime de urgência a montagem da estrutura física. Quais são seus principais projetos prol caso seja eleita deputada estadual?

Fabíola Mansur – Quero a oportunidade de como mulher e médica poder cuidar com carinho e atenção de todos os baianos. Como cantou Caymmi quem vive nessa terra chamada de felicidade, ser feliz é direito e condição do povo baiano. Eu, continuarei combatendo a homofobia. Eu sei como é importante esse combate e quero ser a porta voz desse embate como deputada, porque já sou como vereadora.

DT – A comunidade LGBT está na pauta dos principais candidatos das eleições 2014 . Como a senhora tem acompanhado esse crescimento nas últimas eleições?

FM – Acho excelente que esse debate tenha ocupado as novelas e a mídia em geral. Mesmo que tenha como vereadora socialista assumido essa defesa acho que esse tema não deve ser só meu, mas de todos. Combater as os preconceitos, significa a criação de climas favoráveis para o fortalecimento da democracia. Penso que vivemos um momento de tomadas de decisões e acredito que a cidadania dessa população passa pelas centrais de decisões politicas. Agora é o momento de fazer a escolha certa e fortalecer a luta contra a intolerância.  É preciso pensar lembrando que muitos foram mortos pelo pela homofobia.  Que muita gente vive no medo, sendo o que não é por não poder ser ela mesma.

DT – A disputa pelo Governo do Estado está bastante acirrada entre os candidatos Paulo Souto e Ruy Costa. A senhora já pensou na possibilidade da vitória do candidato Paulo Souto?

FM –  Eu gosto da ideia da Bahia  ser governada por uma mulher, eu sou Lídice da Mata. Vencendo Ruy ou Paulo Souto, respeito por ser uma escolha do povo da Bahia, e o povo é soberano e todo poder deve ser conferido a essa soberania. Vou contribuir para o fortalecimento dos direitos humanos,  acesso a saúde pública, combate as discriminações, mas sem dúvida quero uma Bahia soberana que possa assumir o seu protagonismo nacional. Para isso precisamos cuidar de nossa população, de todos, independente de crença religiosa, raça e orientação sexual. Como deputada, meu compromisso é com o povo da Bahia, tenha certeza disso. Jamais  venderei a minha dignidade e a minha liberdade a ninguém, sou ficha limpa.

DT – Conte-nos os principais pontos da sua campanha para comunidade LGBT ?

FM – Como médica oftalmologista, quero poder com o meu trabalho ajudar  muitas pessoas que tem problemas de visão, tipo glaucoma, catarata e outros possam ver as cores da vida e ter alegria de viver. A saúde é algo que importa sempre, isso é parte de minha vida. Para os LGBTs, quero como deputada consolidar a Bahia sem homofobia. Não tenho a fórmula e seria arrogância minha fazer qualquer coisa sem a participação do movimento social e organizado. Nosso mandato vai ser a porta aberta para  diminuir as intolerâncias contra gays, lésbicas, bissexuais, mulheres e homens transexuais.

DT – A senhora como militante da causa LGBT como tem visto as declarações da candidata Marina Silva principalmente no que tange o casamento gay? A aprovação PL 122 é um desejo da comunidade LGBT que quer a aprovação da homofobia em crime . Quais fatores estão atrapalhando essa aprovação?

FM –  O grande entrave se dá pelo conservadorismo  das bancadas conservadoras que negociam a pauta, além da ausência de mais deputados comprometidos de forma orgânica com a causa.  Penso que agora é importante cuidar dos LGBTs da Bahia, fortalecer o  Conselho Estadual LGBT e as entidades da sociedade civil que não possuem recursos para tocarem os seus projetos locais.  Eu penso que temos de fortalecer a esfera local. Vamos atuar para mais editais públicos de projetos, fortalecer os LGBTs, mas também as culturas populares e Identitárias.  Eu parto do principio que existem LGBTs em todas as classes, identidades, credos, raças, profissões e todos merecem a proteção do Estado Republicano de Direito.