Campeões Viradouro são casados há 4 anos

Genilson Coutinho,
26/02/2020 | 20h02

Do Extra

Renato e Márcia Lage não formam o único casal de carnavalescos do carnaval carioca. Na Viradouro, Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon também dividem os trabalhos no barracão e as dores e delícias da vida a dois. Há quatro anos juntos, eles vão trabalhar pela primeira vez numa mesma escola. “A gente diverge, brigamos em alguns momentos, mas acho mais fácil dividir as funções com uma pessoa que você conhece bastante”, conta Zanon, responsável pela volta da Estácio de Sá ao Grupo Especial, após o campeonato da Série A em 2019. Por sinal, a história de amor da dupla começou durante uma passagem dos dois em escolas do acesso. “Nos grupos de baixo, a gente pede sempre material para um carnavalesco de uma outra agremiação. E nestes pedidos fomos nos aproximando”, explica Marcus.

Eles são os responsáveis pelo bicampeonato da Viradouro com o enredo sobre as Ganhadeiras de Itapoã, Zanon e Ferreira vinham se destacando no segundo grupo do carnaval carioca e chamaram a atenção da vermelha-e-branco de Niterói.

Os dois falam em adotar no futuro uma criança:

“Foi uma coisa que comecei a repensar no ano passado, após a morte da minha mãe, que morreu devido a uma leucemia em pouco mais de 30 dias.

“Ela me fez ser um folião (…) Tem tanta criança precisando de lar. Atualmente, nós temos dois cahorros, uma maritaca e um galinheiro (em Saquarema, onde eles têm uma casa).
Com a tarefa de substituir Paulo Barros na Viradouro, os dois desenvolvem um enredo sobre as ganhadeiras de Itapuã. “É um enredo feminista acima de tudo. Perfeito para uma escola que já homenageou Bibi Ferreira, Dercy Gonçalves e Tereza de Benguela”, conta Zanon, de 32 anos.

Acostumados com as dificuldades e o baixo orçamento nos grupos de Acesso, os dois têm um “problema” para lidar este ano na Viradouro. Vice-campeã no ano passado, perdendo apenas para a Mangueira, a escola de Niterói ostenta uma infra-estrutura e condições de trabalho que até então Marcus e Zanon não conheciam.

“Sabemos que é a nossa oportunidade de ouro trabalhar na Viradouro. E quando o Paulo saiu, nós precisamos nos adequar com as condições de trabalho e com toda a equipe que já estava aqui”, explica Marcus, de 35 anos.

A dupla vem de uma leve de jovens carnavalescos que começam a repensar o carnaval. Estão nesta lista Jack Vasconcelos (Mocidade), Leandro Vieira (Mangueira), Leonardo Bora e Gabriel Haddad (ambos da Grande Rio).

“O nosso ideal é reviver a festa. Resgastar figuras importantes da nossa história como já foi feito no passado, no Salgueiro, por exemplo, com enredos sobre Palmaras, Chica da Silva… É fazer com que a escola de samba não morra”, diz Zanon.