Campanha de prevenção às DST/aids no Carnaval busca tom mais sério

Genilson Coutinho,
02/02/2013 | 20h02


A campanha nacional de prevenção às DST/aids do Carnaval deste ano tem como marca um tom mais sério em todo o seu conteúdo, ressalta o Ministério da Saúde em seus canais de comunicação.

“Estamos falando mais sério, mostrando que viver com aids, apesar de possível, não é fácil”, explica secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Para o secretário, há uma tendência de distanciamento e de negação da população em relação à aids e a outras doenças sexualmente transmissíveis. Essa atitude, segundo ele, costuma afastar as pessoas de comportamentos seguros de prevenção.

Com o enfoque,“A vida é melhor sem aids. Proteja-se. Use sempre a camisinha”, a campanha foi lançada na quinta-feira passada, 31 de janeiro, no Morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro. A inicativa pretende pretende chamar a atenção para a diferença que faz o uso do preservativo na hora da relação. O público-alvo é a toda a população sexualmente ativa.

O vídeo da campanha já está sendo exibido e a mensagem aborda a gravidade da doença. O filme mostra que a aids não é como gripe e queimadura de sol, que podem ser curados com tratamento médico. Os cuidados com a saúde, no caso do HIV, exigem acompanhamento pelo resto da vida. O protagonista do vídeo, Diego Calixto, é portador do vírus e descobriu sua sorologia há dois anos.

Ouvidos pela Agência de Notícias da Aids, ativistas elogiaram a ideia de mostrar que a doença ainda é grave e que não há cura, mas criticaram o Ministério da Saúde por ressaltar dados, como número de preservativos e medicamentos distribuídos, durante o filme da campanha. Segundo eles, a pasta faz “autopromoção”. Leia mais aqui.

A campanha conta ainda com anúncios em outdoor, busdoor, taxidoor, esteiras de aeroportos, abrigos de ônibus e blimps. Dois jingles de rádio também estão sendo veiculados, um em ritmo de frevo e outro, de samba.

O Ministério da Saúde também confeccionou a arte gráfica para abadás, adesivos, bandanas, bandeiras, camisetas, cartazes, dispensadores de camisinhas, estandartes, faixas, filipetas, flâmulas, folderes, garrafinhas, porta-documentos e ventarolas, todos disponíveis no site do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais para serem reproduzidos por estados e municípios.

No ano passado, a campanha de Carnaval ficou marcada pela não exibição do filme produzido com foco nos jovens gays. O vídeo (relembre abaixo) foi apresentado pelo Ministério da Saúde durante evento de lançamento da campanha na comunidade da Rocinha, mas nunca foi ao ar na TV aberta, conforme esperavam ativistas. O fato rendeu grande polêmica e críticas de militantes que acusaram o governo de ceder às pressões da bancada religiosa no congresso e censurar o filme.

O ministério da Saúde, na época, negou o veto e disse que o filme foi produzido para ser transmitido em locais específicos, como boates e bares frequentados por homossexuais.