Notícias

Cadê a justica? Bar LGBTQ é atacado pela sexta vez em Salvador

Genilson Coutinho,
27/04/2018 | 12h04

O ataque ao Caras e Bocas aconteceu na última madrugada durante a final do concurso Afrobapho

Por volta de 1h da madrugada, a artista performática Malayka SN apresentava a final do concurso Afro Bapho quando foi interrompida  com o arremesso de três sacos grandes com pedras de gelo no teto do Bar Caras e Bocas. A suspeita das proprietárias do estabelecimento, o casal Rosy Silva e Alexsandra Leitte, é de que  esse seja mais um da série de atentados praticados por vizinhos, moradores do Edifício Santo Amaro.  Os atentados violentos vêm aterrorizando artistas e clientes da casa desde a migração do espaço para o Centro de Salvador.   “Quase mataram os clientes” declarou Rosy Silva assustada  e indignada com as agressões. Durante muito tempo, o Caras e Bocas funcionou, em Periperi,no Subúrbio Ferroviário de Salvador. No antigo endereço, o bar convivia pacificamente com os moradores, muitos deles frequentavam o espaço, que se constituiu como uma opção de Lazer para a região.

De acordo  com as proprietárias, a casa funciona dentro dos tramites da lei e cumpre com todas as exigências dos órgãos públicos. A Polícia foi acionado através da à 1ª Delegacia (Barris), uma investigação foi aberta, mas até agora ninguém foi punido e os ataques seguem causando prejuízos físicos e psicológicos para as proprietárias, para comunidade artística e para o público LGBTQ.

Artistas performáticas como Desirée Beck e Loulou Santana estão indignadas com a violência e se manifestaram por meio das mídias sociais. Nos depoimentos, a revolta com o desrespeito e a violência com os lugares de sociabilidade e expressão artística LGBTQ, que são escassos, principalmente no Centro da Cidade, que sofre com o abandono e a falta de serviços públicos.

O Governo do Estado da Bahia e  a Prefeitura Municipal de Salvador precisam unir esforços para garantir a segurança dos LGBTQs e, assim, contribuírem para combater a intolerância.

O bar estava lotado/Foto: Arquivo do bar

Militantes e clientes usaram as redes socais para denunciar mais uma agressão ao estabelecimento :