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Balé Folclórico da Bahia faz turnê no sul do país em agosto

Genilson Coutinho,
09/07/2015 | 10h07

Balé Folclórico da Bahia_Crédito Andrew Eccles - Cópia

Única companhia profissional de dança folclórica do país em atividade, o premiado Balé Folclórico da Bahia (BFB) leva seu espetáculo “Herança Sagrada – A Corte de Oxalá” para Porto Alegre, no dia 16 de agosto, às 20 h, no Teatro do SESI. A turnê, inédita na região Sul, conta com o patrocínio de “O Boticário na Dança”, e inclui as cidades de Novo Hamburgo (dia 18/8), no Teatro FEEVALE, e Curitiba (dia 20/08), no Teatro Positivo. Na volta a Salvador, o Balé encerra a temporada com uma apresentação no Teatro Castro Alves (TCA), no dia 4 de setembro.

Em “Herança Sagrada”, os bailarinos reproduzem com fidelidade sequências de movimentos de alguns dos mais importantes rituais do Candomblé, numa coreografia baseada em danças do culto afro-brasileiro. O espetáculo, que já foi aplaudido nos Estados Unidos, Europa, Caribe, Oceania e África, conta com direção geral de Walson (Vavá) Botelho e direção artística de José Carlos Santos (Zebrinha).

No palco, 26 bailarinos, músicos e cantores apresentam movimentos vibrantes e sonoridade arrebatadora. A segunda parte do espetáculo reúne coreografias clássicas do repertório do Balé, que traduzem as mais importantes manifestações folclóricas baianas, em “Puxada de Rede”, “Capoeira” e “Samba de Roda”, além de “Afixirê”, coreografia inspirada na influência dos escravos africanos na cultura brasileira.

Em maio, o Balé Folclórico da Bahia foi a companhia convidada especial do Dance África, em Nova York, onde fez apresentações do espetáculo “Herança Sagrada” durante dez dias, sempre com a casa cheia. A repercussão e o sucesso do grupo renderam destaque em matéria de página inteira no The New York Times.  O festival, que acontece há 38 anos no BAM (Brooklyn Academy of Music), é um dos principais eventos de dança africana e cultura negra dos EUA. O Balé foi homenageado por todos os grupos de dança participantes, que subiram ao palco e fizeram junto com  a companhia a coreografia Afixirê, uma das principais do Balé Folclórico. Em Yorubá, Afixirê significa “festa da felicidade”.

“O espetáculo já é consagrado internacionalmente, agora precisa ser conhecido pelos brasileiros”, afirma Vavá Botelho, fundador e diretor geral do Balé Folclórico da Bahia. A companhia aclamada mundialmente já se apresentou em 24 países. “Manter uma equipe que se dedica à dança em regime integral, com intenso preparo técnico, físico e muita pesquisa, é uma luta diária. Poucas companhias de dança privadas sem patrocinador regular conseguem existir por tanto tempo, mantendo um nível de excelência técnica tão elevado e respeito do público e da crítica”, afirma Vavá.

O Balé arrebatou a admiração da poderosa Anna Kisselgoff, crítica de dança do The New York Times. “O prazer dos dançarinos, músicos e cantoras em fazer o que eles fazem sobre o palco é tão obviamente parte da vida deles que contagia todo o teatro”, escreveu Kisselgoff. “Eu já assisti seus maravilhosos bailarinos em diferentes países, sempre se comunicando com o público. Crianças e adultos são tomados de imediato pelos ritmos e encantos de sua arte”, declarou a jornalista numa das suas criticas para o jornal norte-americano.

 

Reconhecida pela Associação Mundial de Críticos como a melhor companhia de dança folclórica do mundo, o Balé Folclórico da Bahia já formou mais de 700 bailarinos. A maioria deles de origem muito simples, que aprenderam os primeiros passos de dança no Balé e hoje brilham em grandes companhias internacionais do mundo. “Além do trabalho artístico, temos uma função social”, destaca Vavá Botelho.