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Aumento no caso de sífilis reforça a importância da prevenção

Genilson Coutinho,
08/04/2019 | 12h04

Após o período de Carnaval, quando muitas pessoas tendem a ter maior número de relações sexuais com parceiros diferentes, começam a surgir maior incidência dos casos de Infecções  sexualmente transmissíveis (IST). A sífilis é uma delas e o alto número de infectados no Brasil tem crescido e preocupado especialistas. A falta de prevenção aliada à dificuldade de detectar os sintomas iniciais dificulta o combate à doença, que se tornou uma das infecções sexualmente transmissíveis mais recorrentes entre jovens, adultos e gestantes no país.

 Dados do Boletim Epidemiológico da Sífilis 2018 mostram que a taxa de detecção da sífilis adquirida aumentou de 44,1 para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2016, para 58,1/100 mil em 2017. No mesmo período, a sífilis em gestantes cresceu de 10,8 casos por mil nascidos vivos para 17,2. Já a sífilis congênita, passou de 21.183 casos em 2016 para 24.666 em 2017.

 A médica ginecologista e sócia da clínica EMEG, Ana Cristina Batalha, destaca que a sífilis é um dos microrganismos sexualmente transmissíveis mais preocupantes por conta das complicações que pode causar e ressalta a importância de alertar a população para o diagnóstico precoce da doença. “Não é sempre que os sintomas aparecem, por isso é preciso atenção. Se a sífilis for diagnosticada no início, a cura será mais rápida. Caso contrário, pode acarretar cegueira, demência e más formações – no caso de infecção congênita, transmitida de mãe para filho -, comprometendo o sistema neurológico da criança e até a sua vida”, conta.

 A transparência nas consultas é essencial para manter a saúde do paciente. E o debate não é só em torno da sífilis, mas de todas as doenças sexualmente transmissíveis. No entanto, o preconceito e o medo do julgamento social ainda afetam muitos pacientes, que resistem em informar ao médico que fizeram sexo sem preservativo. Esse cenário atrapalha o diagnóstico precoce da doença. “Caso a pessoa tenha uma relação sexual sem proteção, ela deve fazer um teste rápido, uma ou duas semanas depois, para confirmar a presença da sífilis, bem como de outras doenças. Os testes estão disponíveis em todas as unidades de saúde”, complementa a médica ginecologista e sócia da EMEG, Cristina Sá.

 Ter uma vida sexual saudável, seguir as orientações médicas e procurar tratamento ainda nos primeiros sintomas da doença são os principais métodos de prevenção. Já a médica ginecologista e sócia da EMEG, Ticiana Cabral, ressalta que a mãe e o pai devem fazer o tratamento, mas o que se observa é que os homens têm maior resistência, muitas vezes não o concluem e, portanto, não ficam 100% curados e a doença se propaga.