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Ato contra ataques a bar LGBT parou a Carlos Gomes, rua gay de Salvador

Genilson Coutinho,
12/01/2018 | 18h01

Rosy Silva ao lado das lideranças – LGBT de Salvador (Foto: Genilson Coutinho

A tarde desta sexta-feira (12), foi marcada por protesto e resistência na “CG”, Avenida Carlos Gomes, no centro de Salvador, contra os ataques homofóbicos ao o Bar Caras e Bocas, do Casal Rosy Silva e Alessandra Leitte. Com faixas e cartazes, lideranças do movimento LGBT de Salvador se concentram no Beco do Arco, em frente ao bar, para protestar contra os constantes ataques de um morador do edifício Santo Amaro, ao lado do bar.

O objetivo do protesto, que também parou a Carlos Gomes por alguns momentos, foi para chamar a atenção dos moradores do prédio, comerciantes e a população em geral, desta onda de ataques que, desde a inauguração, no último dia 5 deste mês, tem acontecido, continuamente.

Os militantes, com carros de som, usaram o microfone para protestar e prestar solidariedade ao casal.

Keila Simpson,  represente da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais),  salientou que o Bar está em um lugar que tem história no movimento gay da capital baiana e do Brasil, e que não vão deixar que homofóbicos como o morador, ou moradores, apaguem com violência a historia deste lugar, e que a luta vai continuar e pontou:

Keila Simpson (Foto: Genilson Coutinho)

“Estamos aqui com Rosy hoje no Beco do Arco e na Carlos Gomes, rua gay, e que tem história, e não vão nos amedrontar, se for possível, voltaremos outras vezes para protestar, fechar essa rua novamente, mas quero dizer que elas não estão sozinhas, e se preciso for vamos para o Centro da cidade, até que esses atos parem de nos violentar. Basta”. Falou Simpson.

Bar LGBT de Salvador sofre ataque homofóbico

A classe artística também marcou presença no ato, com faixa e cartazes, e vieram para somar no movimento.

Valerie O’rarah, uma das estrelas do Bar, falou em nome dos artistas presentes, e destacou que todos estão unidos nesta luta por respeito e pelo direito a trabalhar, e que merecem ser respeitados, pois é inaceitável que um show seja parado por um ato homofóbico e violento, que poderia ter deixado muita gente ferida.

“Não vamos nos calar, nem eu nem todos da classe artística, estamos aqui pra dizer para eles ou elas que nos respeitem e não vamos nos calar diante destas ameaças e atques quase que diários. Essa luta não é apenas de Rosy, mas de todos nós que lutamos por direitos humanos. A classe artística não vai se calar. Vai ter show, sim senhor”. Pontuou O’rarah.


Bastante emocionada e  com a força de sempre, Rosy Silva desabafou e disse que não vai abrir mão do seu espaço, e sabe que não está sozinha nessa luta, que ganhou força nas redes sociais, e que veio para as ruas.

“Ontem eles jogaram pedra novamente, e hoje estamos aqui, protestando, podem jogar tudo, mas fiquem sabendo que estarei aqui, resistindo ao seu ódio, com a minha luta e minha vontade de trabalhar honestamente. Quero lhe dizer, senhor ou senhora homofóbica, que não estou sozinha: mexeu com uma mexeu com todas. Estamos aqui nas ruas mas também na justiça, para punir os  responsáveis por tanta violência. Vocês fizeram isso com outros gestores deste bar e eles saíram, mas eu não vou sair, pois pago os impostos deste lugar, pago as minhas contas e não vou abrir mão dos meus ideais por causa do seu ódio. Vamos nos ver na justiça”, disse Silva.

A casa vai continuar funcionando com sua programação diária com ou sem ataques homofóbicos.

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