Notícias

Artistas drags são impedidas de entrar em delicatessen em Salvador

Genilson Coutinho,
25/03/2018 | 15h03

A denúncia chegou as redes sociais.

As dragsqueens Spadina Banks e Zélia Banks foram impedidas, na manhã deste sábado (24), de entrar na MV Delicatessen, no bairro da Barra, em Salvador. A dupla tinha acabado de sair da festa Shantay, onde se apresentaram, e se dirigiram ao estabelecimento para tomar café, e foram surpreendidas com a proibição do dono, que impediu o acesso das duas, por estarem vestidas com seus figurinho de trabalho.

De acordo com Spadina, o ato foi motivado por um cidadão, que seria o propridetario da MV. “Após o show, nós queríamos comer, pois estávamos cansadas. Saímos por volta das 6h, e paramos para comer nesse lugar, que sempre comemos, mas eu nunca tinha ido lá montada como drag. Quando estacionamos o carro, o dono estava na porta com os braços cruzados e falou que nós não poderíamos entrar porque estávamos montadas de drag”, contou ela.

Ainda segundo Spadina, o cidadão deixou bem claro seu preconceito. “O dono falou que vestidos assim, como nós estávamos, nós não poderíamos entrar. Aí ele apontou para Aimée Lumiére (que estava de rapaz), e falou que só poderíamos entrar se estivéssemos com roupas masculinas. Ele falou que vestidos como drags nós não poderíamos entrar”, relatou Spadina.

O caso foi registado pelas vitimas na 14ª Delegacia para as devidas apurações.

O Dois Terços entrou em contato com o estabelecimento na manhã deste domingo (25), e conversou com a gerente Meire, que nos apresentou o lado da empresa.

“Aqui não existe nenhum tipo de homofobia. Ela foi impedida de entrar pelo traje de banho e não por ser gay.

Aqui na entrada tem um aviso para todos onde diz que não é permitido traje de banho. Ela estava de maiô. São regras da empresas e para todos. Entendemos que estamos em um ambiente de praia, mas aqui não é permitido. Temos as filmagens de tudo e estão à disposição.

Não dissemos uma palavra que tenha tom homofóbico. Temos muitos clientes gays aqui. Nunca aconteceu isso aqui, todos são bem-vindos. No carnaval muitos gays fantasiados estiveram aqui sem problema algum. O problema não é a orientação, mas o traje. Se é regra tem que ser para todos.”

“Na nossa empresa temos três funcionários gays. Se fosse uma empresa homofobia teria espaço?”, questiona Meire.

“Estamos à disposição para todos os esclarecimentos e disponibilização das filmagens”, completa.