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Arte ajuda pessoas a passar pelo processo de transição de gênero

Genilson Coutinho,
15/06/2021 | 20h06

A arte ajudou Louise Ricoli, de 22 anos, a passar pelo processo de transição de gênero. Matriculada desde 2018 no curso de teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul, ela conta que ter interpretado alguns personagens e que as aulas de expressão corporal contribuíram, de alguma forma, com o seu processo de mudança de identidade de gênero.

“Mesmo achando que interpreto bem personagens masculinos, percebia uma masculinidade que eu não tinha. Eu não me encontrava”, diz Louise, que afirma que já se sentia desconfortável com o próprio corpo há algum tempo e foi então, no início de 2020, que decidiu dar início à sua transição.

Vanessa Senatori, psicóloga e coordenadora do curso de teatro da Fundação, acredita que a arte é mais acolhedora para esse tipo de assunto. “O meio artístico é mais tranquilo e aberto para as formas de expressão. Seria um contrassenso não deixar a pessoa se assumir, não mostrar sua verdadeira identidade.”

A coordenadora conta que nos últimos anos o número de alunos que se declaram homossexuais ou transgêneros tem crescido. “Tanto do ponto de vista burocrático quanto do acolhimento pessoal e afetivo, a Fundação trata essas questões com todo o cuidado e sensibilidade, mantendo sempre a escuta aberta”, conclui Vanessa.

Uma das mais antigas instituições de ensino de artes no estado de São Paulo, já passaram pela instituição artistas como a cantora Ná Ozzetti, o ator e artista de circo Marcos Frota, a atriz de musicais Renata Ricci, que recentemente interpretou a atriz Lolita Rodrigues no musical “Hebe”, e o regente e arranjador português Rui Carvalho, diretor do Festival Amazonas Jazz, um dos principais eventos do gênero no Brasil.