Argentina inaugura primeira escola para travestis

Genilson Coutinho,
18/04/2012 | 11h04

Instalada no bairro de Chacarita, em um prédio compartilhado com outros
projetos sociais, a instituição ganhou o nome de Bachillerato Popular  Mocha Celis, em homenagem a um travesti que não sabia ler nem escrever. A escola está alinhada com a proposta de educação do pedagogo brasileiro  Paulo Freire e ensina literatura, cooperativismo, matemática, noções  digitais, memória e reconhecimento trans, entre outras matérias. O curso tem três anos de duração. A ideia de criar a escola surgiu em  2011. Mas as primeiras aulas começaram no mês passado, para 25 alunos e  alunas – nem todos travestis ou transexuais: a escola aceita qualquer  aluno e está com inscrições abertas até 20 de abril para quem completou o ensino fundamental. Mas a iniciativa não agradou a Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Ele acredita que travestis e  transexuais educados em escolas especiais serão criados em uma bolha, e
não vão estar preparados para se reintegrar à sociedade.
Os
fundadores da escola Mocha Celis pretendem mudar a forma de educar. A
intenção é ir além dos livros didáticos que ensinam que meninos usam  azul e meninas rosa. Na Mocha Celis, a aula é dada em mesas redondas,  para que os professores estejam em posição de igualdade aos alunos.