Alunos ‘afeminados’ da Malásia serão enviados a acampamento

Genilson Coutinho,
19/04/2011 | 18h04

O jornal da Malásia New Straits Times afirmou que um grupo de 66 adolescentes malaios com “tendências afeminadas” será enviado a umacampamento com o objetivo de “passar por uma reeducação”. O jornal credita a informação a autoridades da Malásia, país que nãotolera a homossexualidade. Segundo o Departamento de Educação do Estado de Terengganu, oacampamento começou a funcionar no último domingo. Os jovens enviadosao local foram indicados por suas escolas, que foram instruídas no anopassado a “denunciar alunos que pudessem ser gays”.A Malásia considera ilegais as relações entre pessoas do mesmo sexo. Homossexuais malaios denunciam medidas do governo que consideramdiscriminatórias, como, por exemplo, a pena de 20 anos de prisão porsodomia. De acordo com o New Straits Times, os estudantes terão aulas deeducação física e religião, conduzidas por “palestrantesmotivacionais”. O diretor do departamento, Razali Daud, disse ao New Straits Timesque, embora os “sintomas” variem, o comportamento dos 66 jovens -todos estudantes do ensino médio – “não são comuns para rapazesnormais desta idade”. “Nós não estamos interferindo com o processo da natureza, e simmeramente tentando guiar estes estudantes a seguir um caminho adequadoem suas vidas”, afirmou Daud. “Nós sabemos que algumas pessoas acabam se tornando mak nyah(travestis) ou homossexuais, mas nós faremos o melhor para limitareste número”, disse. A entidade malaia Grupo Unido de Ação para a Igualdade de Gêneros(JAG, sigla em inglês) afirmou, em comunicado publicado pelo site denotícias The Malaysian Insider, que a medida vai contra os direitoshumanos, além de promover a homofobia e o preconceito.