Aline Castelo Branco fala sobre curso de sexo oral

Fábio Rocha,
02/10/2013 | 23h10

Desde que foi anunciado, um curso bastante curioso tem causado reboliço nas rodas de conversa dos quatros cantos de Salvador: o curso de capacitação em sexo oral, que o site Mundo da Intimidade promove no início de novembro (as inscrições já estão abertas), no Hotel Sol da Bahia, somente para o público feminino. Para tirar algumas das dúvidas do público, o Dois Terços conversou com a jornalista Aline Castelo Branco, que é sócia do site. Saiba tudo o que ela revelou sobre o inusitado curso:

DT – Como nasceu a ideia deste curso? Foi uma demanda das mulheres baianas ou veio mesmo em função do curso na Rússia?

ALINE – Veio a partir de pesquisas e do próprio programa “Confessionário” que apresento na Tudo FM. O programa já existe há 4 anos e sempre falamos de temas polêmicos, sobre relacionamentos e sexo. Sempre que o assunto é esse gera muitas dúvidas. Então o Mundo da Intimidade, empresa voltada para área de sexualidade, com portal, cursos e palestra decidiu trazer aqui para o Brasil o curso da Rússia, mas com adaptações.

DT – O curso virou noticia nos principais veículos locais e nacionais. Como tem sido a busca com toda essa mídia espontânea?

ALINE  – Recebemos mais de 400 email´s de pessoas interessadas. Tanto de mulheres, homossexuais e homens querendo inscrever suas esposas. As inscrições estão abertas.

DT – Como será esse curso, terá aulas práticas?

ALINE  – Será realizado por profissionais da área de saúde, médicos especializados em sexualidade também. As mulheres vão aprender sobre a anatomia masculina, a motricidade facial, DSTs. Não são aulas práticas como se faz no ato sexual. As mulheres estão com próteses penianas para identificar as áreas mais sensíveis do membro masculino e assim, poder aplicar em seu parceiro.

DT – Por que apenas mulheres?

ALINE  – Porque é um público já reprimido sexualmente e o sexo oral tem muito tabu. Muitas mulheres tem nojo de fazer ou fazem errado só para dar prazer ao companheiro. O Mundo da Intimidade quer atingir primeiro esse público. Depois, a empresa fará para homens e homossexuais.

DT – Mesmo falando sobre sexo em diversos ambientes, você acredita que ainda exista muito tabu sobre o assunto?

ALINE  – Muito. Na verdade, costumo dizer que vivemos numa sociedade da hipocrisia íntima. Porque em casa, no pensamento e até com amigo intimo pode falar e fazer orgias, mas quando o assunto se torna público e merece ser discutido, aí a pessoa vira santa. Nunca fez nada de sexo na vida. Poupe-me. O que propomos é conscientizar e educar essas pessoas de que sexo é para ser feito e falado, mas de forma correta, sem ser vulgar.

DT – Você tem recebido e-mail de LGBT’s interessados no curso?

ALINE  – Sim. Dos 400 email´s recebidos, 10% foram  de homossexuais pedindo para realizar o curso pra eles também. Isso prova que todo mundo tem uma deficiência e deve ser corrigida. E quebra outro estigma: a de que só gays sabem fazer sexo oral.

DT – Você sofreu algum tipo de preconceito pela ideia de promover o curso?

ALINE  – Nenhum. Pelo contrário. Várias pessoas adoraram, deram a maior força porque sabem da minha idoneidade e da minha seriedade em lidar com o assunto. Estudo educação sexual também.  Agora, claro que nas redes sociais rolou muita piada, não com meu nome. Mas como fato do curso vir para o Brasil. Sei que o trabalho do Mundo da Intimidade é sério e tem o objetivo de orientação.

DT – O curo tem um time de profissionais envolvidos para facilitar e esclarecer os pós e os contras do sexo oral. Quem são esses profissionais?

ALINE  – O curso será ministrado por médicos: Sexólogo, fonoaudiólogo, Terapeuta, infectologista e urologista. Todos renomados na Bahia e no Brasil. Tem a consultoria e organização da consultora do Confessionário a ginecologista e sexóloga Karla Kalil.