HIV em pauta

Notícias

Acesso a tratamentos contra HIV mais que dobrou no mundo

Redação,
30/11/2015 | 15h11

As vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado no próximo 1º de dezembro, a agência da ONU para a doença, Unaids, divulgou ontem um relatório que destaca os avanços no seu combate nos últimos anos rumo ao objetivo de acabar com a epidemia até 2030, uma das Metas de Desenvolvimento Sustentável estabelecidas pela instituição multilateral internacional. Segundo a Unaids, as últimas estimativas indicam que até junho deste ano 15,8 milhões de pessoas em todo mundo contavam com acesso a terapias antirretrovirais, mais do dobro das 7,5 milhões registradas em 2010 e sete vezes as 2,2 milhões atendidas em 2005. Além disso, até o fim do ano passado a Unaids calcula que o número de novas infecções pelo HIV o vírus causador da Aids, caiu 35% desde o pico registrado em 2000 para cerca de dois milhões, enquanto as mortes relacionadas à doença recuaram 42% do auge observado em 2004 para aproximadamente 1,2 milhão.

Até o fim de 2014,o número de novas infecções havia caído 35% em relação a 2000 e o de mortes, recuado 42% comparado a 2004.

– A cada cinco anos, mais que dobramos o número de pessoas que recebem tratamentos que salvam suas vidas – comemorou Michel Sidibé, diretor-executivo da Unaids. – Precisamos fazer isso apenas mais uma vez para interromper a epidemia de Aids e evitar que ela retorne.

Ainda de acordo com a Unaids, os avanços no acesso a tratamentos antirretrovirais estão fazendo com que os soropositivos tenham vidas mais longas e saudáveis, o que contribuiu para o aumento no número total de pessoas que convivem com o HIV Também até o fim do ano passado, a agência estima que 36,9 milhões tinham o vírus. Isso, no entanto, significa que, mesmo com o maior acesso às terapias, atualmente menos da metade dos infectados com o HIV estão recebendo os remédios necessários para manter a doença sob controle.

Para mudar este quadro e novamente dobrar o número de pessoas contaminadas que recebem os antirretrovirais até 2020, a Unaids aposta numa estratégia apelidada de 90-90-90, segundo a qual pelo menos 90% das pessoas vivendo com o HIV sejam diagnosticadas e saibam que têm o vírus, ao menos 90% destas tenham acesso ao tratamento e, em razão disso, 90% delas tenham sua carga viral praticamente suprimida. Assim, o relatório da agência destaca diversas iniciativas bem-sucedidas em vários países, inclusive o Brasil, neste sentido.

Segundo a Unaids, o Brasil exibe um “forte compromisso” com a estratégia 90-90-90, tendo sido um dos primeiros países do mundo a implementar a distribuição de antirretrovirais a todos contaminados pelo HIV a despeito de sua contagem de um tipo de célula de defesa do organismo, batizada CD4, usada para avaliar a gravidade da infecção. Além disso, a agência considera a epidemia “estabilizada” no país, mantendo o registro de cerca de 20 novos infectados para cada cem mil habitantes nos últimos cinco anos. Aqui, os principais desafios citados são o avanço da doença entre jovens homossexuais masculinos entre 20 e 29 anos, que respondem por cerca de 40% dos novos casos entre esta população no ano passado, e a alta prevalência do HIV entre as mulheres transgênero.

– Hoje, temos mais opções para a prevenção do HIV do que jamais tivemos – destacou Sidibé. – E, com melhores dados, podemos fazer melhores combinações, encontrando a opção correta de prevenção para a população certa.