Observatório registra 288 casos de discriminação no Carnaval

Fábio Rocha,
16/02/2012 | 09h02

Durante os seis dias do Carnaval em Salvador, 288 denúncias de casos de discriminação racial foram registradas pelos sete postos do Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT, implantados nos três circuitos oficiais da folia – Dodô, Osmar e Batatinha (Barra, Campo Grande e Pelourinho, respectivamente).  O Observatório é um órgão vinculado à Secretaria Municipal da Reparação (Semur).

O estudo revela que a cada dia da maior festa de rua do planeta, aproximadamente, 50 pessoas foram discriminadas em algum momento da folia, em um dos três circuitos oficiais. Além dos dados sobre racismo, o Observatório registrou, ainda, as denúncias de violência contra a mulher (188) e de homofobia (18 casos).

De acordo com o secretário municipal da Reparação Ailton Ferreira, os dados recolhidos pelo órgão possiblitam que determinados comportamentos sociais, que insistem em ser negados, possam ser revelados. “O racista não deixa de discriminar porque é Carnaval. Ele também veste abadá e vai para a rua. Por isso, o principal papel do Observatório é educar”, afirma Ailton Ferreira.

Denúncias – O número de denúncias aumenta a cada ano. Em 2011, foram registradas no Observatório 237 casos, 51 a menos que este ano, uma diferença de 21,5%. No Ministério Público da Bahia, entre os anos de 1998 e 2011, foram registrados 836 casos de injúria racista e de racismo.

Coordenador nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Jerônimo Júnior, acredita que o aumento das denúncias é reflexo da conscientização da população: “O Carnaval é reflexo da sociedade. Por isso consideramos que não houve aumento, mas sim a percepção de uma realidade existente, pois a formação de nossa sociedade é racista”,  explica o  Jerônimo.

Parceiros:

Leslibahia; Fórum LGBT; Pro Homo; PM; Sindisesp; Deam; Nafro-PM; Limpurb; SPM; Faculdade Social da Bahia; Uneb; Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano (Cepaia); Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca); Governo do Estado;Site Dois Terços ;Universidade do Estado da Bahia (Uneb); UFBA; Faculdade Visconde de Cairu; Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD); Ministério Público; Defensoria Pública; Delegacia da Mulher (Deam); Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) e Casa D’Itália.

 Abertura Oficial do Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT no Carnaval 2012

A abertura oficial do Observatório da Discriminação Racial, Violência Contra a Mulher e LGBT (Lésbicas, Gays, Bisexuais, Travestis e Transexuais) do Carnaval 2012 acontece nesta quinta-feira (16), às 17 horas, no posto localizado na Ladeira de São Bento. Com o slogan “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direito” a Prefeitura de Salvador através da Secretaria Municipal da Reparação (Semur) pretende identificar atos de discriminação e violência racial, de gênero e homofóbica que ocorrerem no circuito da folia momesca.

Nesta 7ª edição do Observatório, 100 observadores estarão distribuídos entre pontos estratégicos do circuito da festa e nos seis postos instalados em vários pontos da cidade (Cruzeiro do São Francisco – SPD; Ladeira de São Bento; Lapa; Camarote Casa dos Bailes – Casa D’Itália; Assufba e Faculdade Social da Bahia – Ondina), imbuídos da missão de contribuir para a realização de uma festa popular tranqüila e igual para todos os foliões, independente da cor ou orientação sexual.

O Observatório da Discriminação Racial, Violência contra a Mulher e LGBT atua em Salvador desde o carnaval de 2006 e tem por finalidade mapear dados que comprovem a existência de ações discriminatórias raciais, de gêneros e homofóbicas, dentro do circuito do carnaval. Os casos registrados servem de subsídios para a formulação e implantação de políticas públicas, voltadas para a prevenção de discriminações e desigualdades, motivadas por raça, gênero e orientação sexual.

Ano passado, foram registrados 350 casos entre denúncias e observações. A maioria dos registros de acordo com o secretário da Reparação Ailton Ferreira, foi de racismo. “Seguidos dos casos de racismo tivemos ocorrências de agressão à mulher e homofobia. Além dos observadores que estarão nas ruas, o folião que venha sofrer algum tipo de discriminação pode nos procurar em um dos postos e fazer sua denúncia. Essa é uma ação que deve ser desempenhada por toda a sociedade”, pontuou o secretário Ailton Ferreira.

 

Parceiros:

Leslibahia; Fórum LGBT; Pro Homo; PM; Sindisesp; Deam; Nafro-PM; Limpurb; SPM; Faculdade Social da Bahia; Uneb; Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano (Cepaia); Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca); Governo do Estado;Site Dois Terços ;Universidade do Estado da Bahia (Uneb); UFBA; Faculdade Visconde de Cairu; Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD); Ministério Público; Defensoria Pública; Delegacia da Mulher (Deam); Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) e Casa D’Itália.