SOMOS TODOS IGUAIS

Fábio Rocha,
28/06/2011 | 12h06

 

Quanto mais caminhamos para frente, menos nos lembramos do passado. De um passado talvez não muito distante onde éramos denominados por nossas virtudes, como faziam os índios por exemplo. Os homens eram “Pássaro Veloz” ou “Lobo Valente” e as mulheres “Sereia Bonita” ou “Brisa da Montanha”.

De um jeito ou de outro afloravam aos olhos as virtudes e as belezas. Via-se o mundo e as criaturas que o habitam de uma forma mais benigna. Um exercício feito a cada nascimento e a cada rito de passagem, que ao nomear um ser via-se nele algo de magnífico e diferente, e por isso, ser diferente era importante e especial.

Na tribo urbana e contemporânea a história é outra. Alguns quando veem um grupo de jovens andando em alegria pela calçada os cumprimentam com uma lâmpada de neon na cara. Se duas mulheres se beijam, então cometem um delito terrível, correndo o risco de levarem as pedradas da famosa Geni. Por que não nos interessamos em saber se elas são a “Médica Dedicada” ou a “Amiga Fiel”?

Enquanto isso, se reiniciam rodadas intermináveis do famoso jogo de quem é e quem não é gay. Tudo é motivo de escândalo. Se um dentista tem um namorado, não temos nada a ver com a vida dele. O que importa é saber se ele faz um bom clareamento nos dentes.

Ser hétero ou gay não é nenhuma virtude ou a falta dela. É uma condição. Uma das muitas que nos fazem humanos. É neste fundamento que nos colocamos em igualdade, e a partir dele nos diferenciarmos pelo que fazemos de bom, e nos tornemos uma vez mais “Pássaro Veloz” independente do companheiro com quem voamos.

Somos todos iguais. A diferença está no seu modo de ver.

28 de Junho dia internacional do Orgulho Gay