Ativistas destacam necessidade de mais participação do movimento social de luta contra a aids nos Conselhos de Saúde

Genilson Coutinho,
13/04/2013 | 10h04


Aproximadamente 15 ativistas e representantes das pessoas vivendo com HIV e aids se reuniram na última quinta-feira, 11 de abril, no centro de São Paulo, para uma conversa sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mesmo com opiniões divergentes por conta das diferenças no atendimento de cada serviço público de saúde, os participantes do evento foram unânimes ao afirmar que os usuários devem ser mais ativos nos conselhos de saúde.
“O SUS é muito bonito com as suas definições de igualdade, universalidade e etc, mas na prática isso não funciona tão bem”, comentou o jornalista e doutorando em Saúde Pública, Liandro Lindner.
Jô Fonseca, do grupo Sonho Nosso, sediado em Nova Guataporanga, já foi presidente do Conselho Municipal de Saúde desta cidade do interior paulista. Segundo ela, a sociedade civil organizada deve comparecer às reuniões do conselho “nem que seja só para incomodar”.
Ela afirma que para o sistema de saúde funcionar melhor, seja nas respostas às DST/aids ou em qualquer outra área, é preciso mais questionamento e participação. “Sé com o nosso acompanhamento e fiscalização conseguiremos garantir que não haja desvios. Infelizmente, a politicagem ainda fala alto, e, muitas vezes, os gestores locais são escolhidos por laços de familiaridade ou por favores partidários”, desabafou a ativista.
Edson Lazaro, ex-conselheiro de Saúde de Santo André e integrante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+), explica que o papel do conselheiro é levar as demandas da sociedade para os gestores. “É necessário maior conscientização e participação para mudar o atual sistema de saúde”, comenta. Ele completa dizendo que “dentro das políticas públicas não poderiam haver partidos, e sim, cidadãos”.
Menos de metade dos presentes afirmou que já esteve presente em alguma dessas reuniões. Eles lembraram que normalmente elas acontecem em horário comercial, e por essa razão se tornar mais difícl comparecer.
O debate sobre o SUS antecedeu a reunião mensal do Fórum de ONG/Aids do estado de São Paulo, que acontece nesta sexta-feira, também na capital paulista.
Fonte:
Agenciaaids